No dia 31 de março, a revista Science publicou online um estudo levado a cabo por 22 cientistas da China, EUA e Reino Unido. A investigação concluiu que sem as restrições de viagens em Wuhan e a resposta de emergência nacional da China, haveriam mais de 700,000 casos confirmados fora da cidade, sendo que as medidas tomadas preveniram com sucesso a cadeia de transmissões do novo coronavírus.

De acordo com um relato de 1 de abril da AFP, citando os resultados da Universidade de Oxford, sem a quarentena de Wuhan e a resposta nacional de emergência da China, haveria mais de 700,000 casos confirmados fora de Wuhan. Os resultados são de 15 das mais prestigiadas instituições de pesquisa do mundo, incluindo a Universidade de Oxford.

O corte da fonte da infeção com outras pessoas suscetíveis deu tempo valioso a outras cidades. Os autores enfatizaram que parte da população chinesa corre ainda risco de infeção por Covid-19, sendo que a redução das medidas de controle pode levar ao ressurgimento de transmissões.

A equipe de pesquisa investigou primeiro o impacto da quarentena de Wuhan, o fluxo de viagens de 2020 face a anos anteriores, e explorou o impacto das viagens de férias na disseminação de infeções por toda a China.

Os dados demonstram que, durante o Festival da Primavera em 2017 e 2018, uma média de 5,2 milhões de pessoas saíam de Wuhan durante os 15 dias prévios ao Ano Novo Chinês. Durante os 25 dias após a data festiva, uma média de 6,7 milhões de pessoas saíram da cidade anualmente.

Em 2020, esta viagem foi interrompida pela cidade de Wuhan. No entanto, entre 11 de janeiro e 23 de janeiro antes da implementação da proibição, 4,3 milhões de pessoas saíram de Wuhan. Nos 25 dias após o Ano Novo Chinês em 2020, o bloqueio atingiu quase a total interdição de viagens.

A 30 de janeiro, uma semana depois de Wuhan ter sido encerrada, o número total de casos relatado pelas províncias estava intimamente relacionado com o total de turistas de Wuhan. Quando maior a população de Wuhan que tivesse saído, maior seria o número de habitantes de Wuhan que as cidades chinesas receberiam, e, consequentemente maior teria sido o impacto. A quarentena aplicada na cidade, porém, atrasou o surto em uma média de 2,91 dias. Mais de 130 cidades beneficiaram desta contenção, abrangendo mais de metade da área geográfica da China e sua população.