
Genebra, 8 abr (Xinhua) -- O comércio mundial deverá cair entre 13% e 32% em 2020, à medida que a pandemia COVID-19 segue prejudicando a normalidade da atividade econômica e da vida da população em todo o mundo, previu a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira em seu último relatório.
"A ampla gama de possibilidades para o declínio previsto é explicada pela natureza sem precedentes desta crise de saúde e pela incerteza em torno de seu impacto econômico preciso", disse a OMC, ao divulgar seu relatório anual de estatísticas e perspectivas comerciais, acrescentando que o declínio provavelmente superaria a queda comercial provocada pela crise financeira global de 2008-09.
Embora todas as regiões do mundo devam sofrer declínios de dois dígitos em seu comércio, espera-se que a América do Norte e a Ásia sejam as que mais sofrerão, disse o relatório.
As exportações também tendem a cair mais acentuadamente nos setores com cadeias de valor complexas, particularmente em eletrônicos e automóveis.
A OMC lembrou que 2019 terminou com uma nota sombria, com uma queda de 0,1% no comércio, agravada pelas tensões comerciais e uma desaceleração na economia global.
Estimou que uma recuperação no comércio mundial entre 21% e 24% poderia ocorrer em 2021, mas apenas se a pandemia fosse controlada.
O relatório ressaltou que as estimativas da recuperação esperada para 2021 são igualmente incertas, com os resultados dependendo em grande parte da duração do surto e da eficácia das respostas políticas.
"O objetivo imediato é controlar a pandemia e mitigar os danos econômicos a pessoas, empresas e países. Mas os formuladores de políticas devem começar a se planejar para as consequências da pandemia", disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo.
Ao prever que "uma recuperação rápida e vigorosa é possível", Azevedo ressaltou que "se os países trabalharem juntos, veremos uma recuperação muito mais rápida do que se cada país agir sozinho".
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