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A China instou os Estados Unidos a respeitarem as posições de Beijing sobre questões-chave relativas a Taiwan, Hong Kong e Xinjiang, pedindo a Washington que parem qualquer forma de interferência nessas questões e trabalhem para construir um relacionamento bilateral estável e cooperativo.
O principal diplomata da China, Yang Jiechi, fez as declarações ao se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, na terça e quarta-feira no Havaí. Foi o primeiro encontro de alto nível presencial entre os dois países este ano.
Yang é membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do PCCh.
Após uma profunda troca de opiniões sobre as relações China-EUA e questões regionais e internacionais de interesse comum, os dois lados concordaram em tomar medidas para implementar o consenso alcançado pelos líderes de ambos os países e manter a comunicação, de acordo com um comunicado à imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
Ambos os lados articularam suas respectivas posições e acreditam que o diálogo foi construtivo, segundo o comunicado.
Segundo o ministério, Yang disse a Pompeo que a cooperação era a única escolha correta para a China e os EUA, já que ambos os lados se podem se beneficiar da cooperação e sofrem quando estão em confronto.
A China está comprometida em trabalhar com os EUA para desenvolver um relacionamento que inclua não-conflito, não-confronto, respeito mútuo e cooperação baseada no ganho mútuo, enquanto protege firmemente sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, disse ele, acrescentando que a China espera que os EUA trabalhem com a China para trazer as relações bilaterais de volta ao caminho da coordenação, cooperação e estabilidade.
Sobre questões relacionadas à Região Administrativa Especial de Hong Kong, Yang disse que os assuntos de Hong Kong, incluindo o estabelecimento do sistema jurídico e mecanismos de aplicação da proteção da segurança nacional no RAEHK, são assuntos puramente internos da China e acrescentou que a China está decidida a avançar a legislação de segurança nacional de Hong Kong.
A China pediu aos EUA que respeitem a soberania da China, observem a legislação de maneira objetiva e justa e parem de se intrometer nos assuntos internos de Hong Kong de qualquer forma, disse Yang.
O principal diplomata disse a Pompeo que a China criticou fortemente a entrada em vigor da "Lei de Política de Direitos Humanos Uigur de 2020" nos EUA na quarta-feira (17), e pediu aos EUA que respeitem os esforços de contraterrorismo e desradicalização da China, parem de aplicar padrões duplos em questões de contraterrorismo e parem de usar problemas relacionados à Região Autônoma de Xinjiang Uygur como pretexto para interferir nos assuntos internos da China.
Sobre a questão de Taiwan, Yang enfatizou que o princípio de uma única China é a base política das relações China-EUA e afirmou que a China está determinada resolutamente a salvaguardar seus principais interesses.
A China exigiu que os EUA respeitem seriamente o princípio de uma só China e os três comunicados conjuntos e tratam os assuntos relacionados a Taiwan de maneira prudente e adequada, disse Yang.
Durante a reunião, Yang também disse que os esforços de prevenção e controle da China contra a pandemia da Covid-19 são abertos, transparentes, rápidos e eficientes.
Enquanto o vírus continua a se espalhar, ele pediu aos EUA que fortaleçam a cooperação com a China na luta contra a pandemia da Covid-19, apoiem o papel de liderança da Organização Mundial da Saúde, prestem assistência aos esforços anti-epidêmicos dos países em desenvolvimento e contribuam para a cooperação global em segurança sanitária pública.
Li Haidong, professor de estudos dos EUA na Universidade de Relações Exteriores da China, disse que em um momento em que as relações China-EUA estão passando por turbulência e incerteza, a reunião de alto nível ajudará a discutir algumas medidas viáveis para estabelecer laços bilaterais em uma direção construtiva e evitar outras possíveis perdas causadas por erros de julgamento na tomada de decisão.
"No entanto, ainda é impossível ter expectativas de que as principais diferenças entre os dois países sejam resolvidas através de apenas uma única reunião", disse Li.
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