Um aumento contínuo no número de infecções confirmadas por coronavírus em algumas partes da Grécia forçou as autoridades a imporem o primeiro toque de recolher durante a temporada de turismo na ilha de Poros, no Golfo Sarônico.

Usando máscaras, muitos turistas correram para o porto de Poros na manhã de sexta-feira, acelerando sua saída mais cedo do que o planejado, depois que medidas restritivas estritas entraram em vigor para evitar a propagação do vírus.

Um total de 30 casos de COVID-19 foram diagnosticados na ilha, enquanto mais pessoas aguardavam os resultados, informou a emissora nacional grega ERT na sexta-feira.

"As medidas são essenciais", disse à Xinhua o prefeito de Poros, Giannis Dimitriadis. “As pessoas podem sair. Nosso dia a dia pode continuar com mais medidas e respeito às regras”, acrescentou ele.

As autoridades gregas impuseram um toque de recolher de 10 dias, incluindo o uso obrigatório de máscaras faciais em toda a ilha, tanto em áreas internas quanto externas.

Até 17 de agosto, todas as lojas devem permanecer fechadas a partir das 23:00. às 07:00h diariamente, e encontros de mais de nove pessoas em espaços públicos e privados estão proibidos. Além disso, festivais locais, feiras livres e festas estão suspensos.

Para Spyros Michail, proprietário de um café-bar em Poros, o toque de recolher representa mais um golpe para os negócios da ilha durante a dura temporada de turismo deste ano.

"A maioria das pessoas irá embora. Não é bom para a ilha. Teremos um problema sério pelo resto do verão", disse Michail à Xinhua.

"Neste fim de semana, esperávamos ter 90 por cento de ocupação em hotéis e quartos. Mas quando as pessoas ouvirem a notícia da quarentena, elas manterão distância. Mas isso não é uma quarentena. Nos sentimos mais seguros com o cumprimento mais restrito das medidas", disse à Xinhua o presidente da associação de comércio e profissionais de Poros, Dimitris Sixeris.

Embora a Grécia tenha reagido rapidamente à primeira onda da pandemia, a flexibilização em relação ao distanciamento social e ao uso de máscaras trouxe um novo aumento de casos de COVID-19 em todo o país, informou a mídia local.

Como parte dos esforços do governo para desacelerar a propagação do vírus, o Ministério da Proteção Civil da Grécia anunciou na sexta-feira que todas as procissões religiosas, assim como qualquer tipo de bazares, estão suspensas.

Também estendeu a proibição de clientes permanentes em todos os bares, clubes, bares-restaurantes e locais de música ao vivo até o final de agosto.

Na sexta-feira, as autoridades de saúde gregas notificaram 151 novos casos confirmados de COVID-19 nas últimas 24 horas, elevando o total de infecções para 5.270 desde 26 de fevereiro, quando o primeiro caso foi registrado.

Quarenta e seis novas infecções foram detectadas na região de Ática, onde pertence a ilha de Poros, e 38 na região de Thessaloniki, no norte da Grécia. Sete dos novos casos foram confirmados durante verificações nas entradas do país.

Isso aconteceu um dia depois que a Organização Nacional de Saúde Pública (EODY) confirmou 153 novos casos, o maior aumento diário desde o fim da quarentena no dia 4 de maio.

Não foram relatados novos óbitos e o número total de casos fatais permanece em 210. Atualmente, 14 pacientes foram tratados em unidades de terapia intensiva, enquanto 129 tiveram alta de UTI.