Governador anuncia nova fábrica no Brasil para produção de vacina chinesa

Fonte: Xinhua    28.08.2020 13h17

O Brasil está preparando ainda para este ano a construção de uma fábrica estatal de vacinas em São Paulo, o estado mais industrializado e populoso do país, para incrementar a produção local de doses da Coronavac, vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovach Biotech.

Em declarações exclusivas à Xinhua, nesta quinta-feira, o governador de São Paulo, João Doria explicou que a nova fábrica de vacinas visa aumentar a produção do centro laboratorial do Instituto Butantan contra o novo coronavírus, já que, caso tenha êxito, a imunização deverá ser de duas doses por pessoa.

A vacina poderá estar pronta "a partir de dezembro", depois da fase de testes a que estão sendo submetidos 9 mil voluntários no Brasil, acrescentou Doria.

O projeto para a nova fábrica de vacinas será financiado por doações de empresas brasileiras e multinacionais radicadas no país que já aportaram 96 milhões de reais (US$ 17,2 milhões) para o fundo contra o coronavírus.

"Os equipamentos para a montagem dessa nova fábrica serão encomendados a um fornecedor chinês e a fábrica estará pronta em aproximadamente quatro meses", afirmou Doria

Segundo o governador, "o objetivo dessa nova unidade fabril de vacinas não será atender apenas a prioridade imediata, que é o desenvolvimento e produção local da Coronavac, prioridade absoluta dos próximos oito meses, mas também de outras vacinas, para atender a todo o Brasil e países latino-americanos".

O Instituto Butantan, laboratório público paulista, desenvolve a vacina no Brasil e pretende, segundo Doria, ter prontas 45 milhões de doses em dezembro e outras 15 milhões em março, desde que receba em dezembro o sinal verde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Atualmente, a estrutura do Instituto Butantan tem capacidade para fabricar 60 milhões de doses até março, mas será duplicada com a nova fábrica.

"Os especialistas indicam que a vacina será de duas doses por pessoa. E todos os anos terá que se tomar a vacina contra a COVID-19, que é a esperança atual em todos os países para combater a pandemia", ressaltou o governador.

O estado de São Paulo pediu uma ajuda de 1,9 bilhão de reais (US$ 341 milhões) ao governo do presidente Jair Bolsonaro para chegar à capacidade de fabricar 400 milhões de doses da Coronavac no Instituto Butantan, atualmente o maior fabricante de vacinas da América Latina.

Outra das vacinas testadas em território brasileiro é a conhecida como a vacina inglesa de Oxford, do laboratório AstraZeneca, que está sendo submetida a ensaios clínicos pela Universidade Federal de São Paulo.

A nova fábrica a ser montada pelo estado de São Paulo também deverá ter capacidade para fabricar imunização contra hepatite, dengue e gripe comum, revelou Doria.

O governador destacou "o clima de cooperação com a China e a empresa Sinovac Biotech contra a pandemia".

"Esta semana chegaram especialistas da empresa chinesa para somar-se ao processo de desenvolvimento que realiza o Instituto Butantan", comentou o governador de São Paulo, estado donde vivem 46 milhões de habitantes e que é responsável por um terço da economia do país.

Foi na cidade de São Paulo, capital do estado e a maior metrópole sul-americana que se confirmou no dia 26 fevereiro o primeiro caso de coronavírus no Brasil e na América Latina. Agora, São Paulo concentra aproximadamente um quarto das mortes por COVID-19 no Brasil.

(Web editor: Beatriz Zhang, editor)

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