O general Eduardo Pazuello assumiu nesta quarta-feira o cargo de Ministro da Saúde do Brasil, depois de permanecer quatro meses como interino, indicando a continuidade das medidas adotadas nos últimos meses.
Pazuello ocupava interinamente o posto desde junho, embora tivesse assumido de maneira informal em maio, após a renuncia do ex-ministro Nelson Teich.
Em cerimonia realizada no Palácio do Planalto, o ministro agradeceu a confiança depositada nele pelo Jair Bolsonaro.
"Literalmente, tivemos que mudar a roda do carro andando. Tínhamos total liberdade para aplicar as medidas que fossem necessárias", afirmou.
Segundo Pazuello, durante sua gestão foi implementada uma política de atenção precoce ante a pandemia da COVID-19, que ajudou a salvar vidas.
"Vimos que não era o melhor remédio ficar em casa esperando sentir falta de ar. O tratamento precoce salva vidas e por isso temos falado dia após dia: não fique em casa", destacou.
Sobre o atual estágio da pandemia, Pazuello disse que nas regiões centro e sul do país a tendência de redução dos contágios é "muito clara" e que será possível voltar à normalidade brevemente.
Segundo o último boletim divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde, o país registra 4.419.083 infectados, com 134.106 mortes causadas pela COVID-19.
Quando Pazuello assumiu o cargo interinamente, o Brasil tinha um total de 218.223 casos e 14.817 mortes pela COVID-19.
Para ele, a população terá que conviver em breve com um "novo normal", o qual, defendeu, deve incluir "novos hábitos", medidas de prevenção, tratamento precoce e "principalmente, naturalidade em conviver com uma nova doença assim como todas as outras do nosso cotidiano".
Durante seu discurso, Pazuello elogiou o trabalho do pessoal técnico da pasta e do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Reunimos uma equipe que funcionou muito bem, suportando a pressão nos momentos decisivos. Juntos, reestruturamos o ministério, adaptamos os protocolos e lutamos não só contra a COVID, mas também contra as demais doenças que afligem nosso povo", acrescentou.
O receio de que o SUS entraria em colapso devido à pandemia do novo coronavírus "não aconteceu e não vai acontecer", enfatizou.
General de divisão, Pazuello se graduou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), a mesma instituição frequentada pelo presidente Bolsonaro, e é especializado em Logística.
Com 57 anos, ele coordenou as tropas do Exército para os Jogos Olímpicos de Rio 2016 e liderou a Operação Acolhida, que recebe e direciona os refugiados da Venezuela que chegam ao Brasil através da fronteira do estado de Roraima.