A Missão de Apoio da ONU na Líbia (UNSMIL) anunciou no sábado a retomada das negociações políticas e militares inclusivas dentro da Líbia.
Um comunicado publicado no site da ONU disse que o objetivo da retomada do Fórum de Diálogo Político da Líbia (LPDF) será "gerar consenso sobre uma estrutura de governo unificado e conjunto" que levarão à realização de eleições nacionais antecipadas para restaurar a soberania da Líbia e a legitimidade democrática das instituições líbias.
"Os participantes do LPDF serão oriundos de constituintes-chave da Líbia, com base nos princípios de inclusão, representação geográfica, étnica, política, tribal e social justa e com um firme compromisso com a participação significativa das mulheres e jovens líbios", segundo a declaração.
A UNSMIL confirmou que se esforçará para garantir amplas consultas, transparência e uma abordagem baseada em direitos durante este processo "liderado e de propriedade da Líbia".
"Respondendo à recomendação recebida da grande maioria dos constituintes da Líbia, a UNSMIL tornou um requisito para os participantes do LPDF se retirarem de posições políticas e soberanas em qualquer novo acordo executivo e se reunirem de boa fé, com um espírito cooperativo e solidariedade no interesse de sua nação e abster-se do uso de discurso de ódio e incitamento à violência", afirmou o comunicado.
Ele também pediu uma suspensão total de todas as manobras militares e reforços para permitir um acordo sobre um cessar-fogo duradouro, incluindo uma zona desmilitarizada no centro da Líbia, bem como para criar o espaço para discussões políticas construtivas.
"A Organização das Nações Unidas conclamou todos os líbios a aproveitarem ao máximo esta janela de oportunidade para restaurar a paz duradoura, segurança, prosperidade, direitos humanos e responsabilidade para o povo líbio que suportou anos de conflito prolongado e fragmentação política", segundo o documento.
De acordo com o comunicado, o LPDF será realizado de acordo com uma fórmula híbrida por meio de uma série de sessões virtuais e também de encontros presenciais, devido a pandemia de COVID-19 em andamento.
Em meio à escalada da violência e da divisão política, a Líbia tem lutado para fazer uma transição democrática desde a queda do governo do falecido líder Muammar Gaddafi em 2011.
O país desde então tem sido sujeito a uma escalada de violência e caos. A situação se agravou em 2014, dividindo o poder entre o Governo de Acordo Nacional, apoiado pela ONU, baseado em Trípoli e a Câmara dos Representantes aliada ao Exército Nacional Líbio, baseado no leste liderado por Khalifa Haftar.