
A ex-ministra das finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, é proposta para se tornar a nova diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), anunciou um funcionário da OMC na quarta-feira (28).
O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, disse numa coletiva de imprensa que um grupo-chave de três embaixadores da OMC, chamado "troika", propôs Okonjo-Iweala como a nova chefe da organização sediada em Genebra numa reunião a portas fechadas, avaliando que a candidata "teve a melhor chance de obter o consenso dos membros."
No entanto, "uma delegação não pôde apoiar a candidatura da Dra. Ngozi e afirmou que continuaria a apoiar o ministro sul-coreano Yoo. Essa delegação era os Estados Unidos da América", disse Rockwell.
O "troika" consiste dos presidentes de três comitês importantes da OMC - o Conselho Geral (CG), o Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) e o Órgão de Revisão de Política Comercial (ORPC). Eles apresentam uma lista restrita após cada rodada de consultas com membros da OMC até o terceiro e último, que decorreu de 19 a 27 de outubro.
Desde o início de outubro, Okonjo-Iweala enfrentava outra candidata, a ministra do Comércio da Coréia do Sul Yoo Myung-hee, na rodada final da corrida para se tornar a nova diretora-geral da OMC.
A candidatura de Okonjo-Iweala será colocada para endosso numa reunião do Conselho Geral da OMC em 9 de novembro.
No entanto, especialistas em comércio alertaram que a decisão final ainda está no ar.
"A notícia muito recente de que os Estados Unidos apoiarão a candidata sul-coreana é um desenvolvimento muito interessante de se observar. Portanto, essa questão pode não ter sido tão resolvida como pensávamos", disse Simon Evenett, professor de comércio internacional e desenvolvimento econômico da Universidade de St. Gallen, disse à Xinhua.
"Não quero enfatizar demais o desenvolvimento dos EUA, porque o desenvolvimento dos EUA poderia estar apenas colocando uma marca de barganha, mas ainda assim, não se surpreenda se ficarmos surpresos."
Se selecionada, Okonjo-Iweala se tornará a primeira mulher africana a chefiar o órgão fiscalizador do comércio global em seus 25 anos de história.
O vácuo de liderança na OMC foi criado após a saída de seu ex-chefe Roberto Azevedo, em 31 de agosto, um ano antes do término de seu mandato oficial, sendo atualmente dirigida por quatro deputados.
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