O nível de ocupação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) no Brasil chegou a um recorde de mais de 90% em 21 das 26 capitais regionais do país, o que demonstra o grande impacto do novo coronavirus (COVID-19) no sistema de saúde brasileiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo jornal Folha de São Paulo.
Trata-se do maior nível de ocupação das UTIs no Brasil desde a chegada da pandemia. O total de capitais com seu sistema sanitário ocupado em pelo menos 90% poderia ser ainda maior, porque em Brasília, por ser parte do Distrito Federal, os dados são computados globalmente em toda a região. Atualmente, 97,7% das UTIs do Distrito Federal estão ocupadas.
Quatro capitais (Belo Horizonte, Campo Grande, Rio Branco e Porto Velho) estão ocupadas com 100% da capacidade de suas UTIs, enquanto apenas duas capitais têm uma taxa inferior a 80%: Manaus (77%) e Boa Vista (48%).
Por estados, Mato Grosso do Sul (centro-oeste) é o único com seu sistema de UTIs colapsado (106%, ou seja, há pacientes esperando por leitos). Apenas sete estados têm uma ocupação das UTIs inferior a 90%.
As cifras mostram a situação do Brasil que vive atualmente seu pior momento da pandemia devido a uma segunda onda da COVID-19 a partir de meados de janeiro que causaram um aumento nas curvas de mortes e casos, levando o sistema de saúde da maior parte do país ao colapso.
Segundo país do mundo com mais óbitos pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil registra atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, 340.776 mortes e 13.193.205 casos positivos.