A China fortalecerá a cooperação na indústria do algodão com os países participantes da Iniciativa do Cinturão e Rota durante o período do 14º Plano Quinquenal (2021-25), velando pela redução da dependência do algodão importado dos Estados Unidos e da Austrália, disse recentemente um acadêmico sênior da Academia Chinesa de Ciências Agrárias.
Li Fuguang, diretor do Instituto de Pesquisa do Algodão, disse que o grande potencial da Ásia Central na produção de algodão ajudará a responder à demanda de importação de 2 milhões de toneladas métricas, com base nas necessidades da indústria têxtil e de produção de algodão da China.
"O aproveitamento de países complementares na Ásia Central conduzirá a uma forte resposta aos conflitos comerciais entre a China e os EUA e, concomitantemente, promoverá a implementação da Iniciativa do Cinturão e Rota", disse Li.
A produção de algodão na Ásia Central abrange quase 2 milhões de hectares, sendo que o meio ambiente é semelhante ao da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, respondendo por 84,9% da produção de algodão na China.
"Se a tecnologia de fabricação de algodão em Xinjiang for aplicada aos países da Ásia Central, a produção na região terá um rápido desenvolvimento", disse Li, acrescentando que a produção deverá aumentar em pelo menos 5%.
Parques de tecnologia de demonstração foram estabelecidos no Uzbequistão desde 2018 para promover tecnologias chinesas de cultivo de algodão. A demanda de água para irrigação caiu em dois terços, enquanto a produção dobrou, disse Li.
Nos próximos cinco anos, a China se concentrará na introdução da tecnologia de cultivo de algodão no Uzbequistão e continuará avançando no Tadjiquistão e no Quirguistão, acrescentou.
Serão também intensificados esforços para realizar a modernização da indústria do algodão por meio da atualização de sistemas e da inovação de tecnologias-chave.
O país planeja fortalecer a recolha e utilização de recursos de germoplasma de algodão, explorar fontes genéticas e criar recursos de alto rendimento, qualidade e adaptabilidade, disse a academia.
A China irá desenvolver tecnologias de plantio de algodão ecológico, visando aumentar a produtividade, os benefícios dos agricultores e a vitalização rural, disse Li.
A China Cotton Industry Alliance, uma organização sem fins lucrativos liderada pelo instituto, desempenhará um papel importante na melhoria da qualidade do algodão e na integração de toda a cadeia industrial.
A aliança emitiu um comunicado no final do mês passado, se opondo resolutamente a qualquer estigmatização do algodão de Xinjiang. Ela está se esforçando para construir uma cadeia de indústria de algodão de alta qualidade e aumentar o reconhecimento internacional de marcas de algodão nacionais.
Durante o período do 13º Plano Quinquenal (2016-20), a China estabilizou sua área de plantio de algodão em cerca de 3,3 milhões de hectares, de acordo com a academia.
"A produção de algodão do país tem-se mantido nas 6 milhões de toneladas, garantindo nossa margem de subsistência", disse Li.
