A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) condenou e lamentou nesta quarta-feira o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, que foi atacado em sua residência em Porto Príncipe, capital do Haiti, por um comando armado.
O mecanismo regional descreveu em um comunicado como "covarde" o fato de Martine Marie Etienne, esposa de Moise, também ter ficado gravemente ferida.
“Nossa comunidade confia que este crime não ficará impune e estende suas mais profundas condolências a seus entes queridos e ao povo e governo haitiano, reiterando todo o apoio e solidariedade neste momento”, disse a CELAC, liderada pelo México como presidente “pró tempore ".
Durante meses, grupos milicianos mantiveram o controle das ruas na capital haitiana, e a crise política se agravou desde fevereiro passado, quando Moise, de 53 anos, deveria deixar o poder, mas argumentou que, por decreto, seu mandato terminaria em fevereiro de 2022, enquanto fazia os arranjos para realizar eleições.
Nesse sentido, a CELAC expressou seu apoio à ordem constitucional, ao Estado de direito e às instituições democráticas, rejeitou categoricamente “a violência em todas as suas expressões” e pediu “o diálogo para a pacificação do país”.
O Haiti, nação que conquistou sua independência da França em 1804, tem uma história de sangrentos eventos internos, devido à luta pelo controle do poder no país mais pobre do hemisfério.
O assassinato do líder haitiano ocorre dois meses antes das eleições presidenciais e legislativas no Haiti, convocadas para o próximo dia 26 de setembro.
Criada em 2010, a CELAC é um mecanismo regional de diálogo político que agrupa exclusivamente os 33 países da América Latina e do Caribe, os quais, juntos, têm uma população de cerca de 624 milhões de pessoas e geram 7,1% do Produto Interno Bruto mundial.