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Biden promete "diplomacia implacável" na estreia na ONU em meio a dilemas com aliados

Fonte: Xinhua    23.09.2021 14h25

O presidente dos EUA, Joe Biden (no pódio e nas telas) fala durante o Debate Geral da 76ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas na sede da ONU em Nova York, no dia 21 de setembro de 2021. Biden disse em um discurso na Organização das Nações Unidas na terça-feira que os Estados Unidos estão abrindo um novo capítulo da diplomacia depois de encerrar a guerra de duas décadas no Afeganistão. (Xinhua/Wang Ying)

Nações Unidas, 21 set (Xinhua) -- O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em um discurso na Organização das Nações Unidas na terça-feira que os Estados Unidos estão abrindo um novo capítulo da diplomacia depois de encerrar a guerra de duas décadas no Afeganistão.

"Acabamos com 20 anos de conflito no Afeganistão e, ao encerrarmos esta era de guerra implacável, estamos abrindo uma nova era de diplomacia implacável", disse Biden em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU.

Os militares dos EUA concluíram sua retirada caótica do Afeganistão no final de agosto sob a ordem de Biden, encerrando a guerra mais longa da história americana.

O presidente destacou que o poder militar dos Estados Unidos "deve ser nosso instrumento de último recurso, não o primeiro", e não deve ser usado como uma resposta para todos os problemas globais.

"Muitas das nossas maiores preocupações não podem ser resolvidas ou mesmo tratadas com a força das armas. Bombas e balas não podem defender contra o COVID-19 ou suas futuras variantes", acrescentou ele. "Para combater esta pandemia, precisamos de um ato coletivo de ciência e vontade política".

Biden disse que os Estados Unidos vão "competir vigorosamente" com outras grandes potências, ao mesmo tempo em que enfatiza que não estão "buscando uma nova Guerra Fria ou um mundo dividido em blocos rígidos".

"Os Estados Unidos estão prontos para trabalharem com qualquer nação que se apresente e busque uma solução pacífica para desafios comuns, mesmo que tenhamos intensas divergências em outras áreas", continuou ele. "Porque todos nós sofreremos as consequências de nosso fracasso se não nos unirmos para enfrentar as ameaças urgentes como o COVID-19 e as mudanças climáticas ou ameaças duradouras como a proliferação nuclear".

Biden disse que Washington continuará se envolvendo com o Teerã diplomaticamente e buscando um retorno mútuo ao acordo nuclear com o Irã. Os Estados Unidos buscam uma "diplomacia séria e sustentada" em busca da desnuclearização completa da Península Coreana.

Ele também reafirmou o compromisso de segurança dos EUA com Israel e uma solução de dois estados para o conflito israelo-palestino.

A estreia de Biden na Assembleia Geral da ONU veio depois de decisões polêmicas de política externa sem consultas suficientes com os aliados, incluindo a retirada caótica do Afeganistão e um dilema diplomático com a França por causa de um acordo de submarino com a Austrália.

Sob uma nova parceria de segurança revelada na última quarta-feira entre Austrália, Grã-Bretanha e os Estados Unidos, conhecida como AUKUS, a Austrália construirá submarinos com propulsão nuclear com tecnologia americana e britânica. A Austrália então anunciou que descartaria o acordo com a França assinado em 2016 para comprar 12 submarinos elétricos a diesel convencionais.

Indignada com a mudança abrupta sem aviso prévio, a França chamou de volta seus embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália para consultas na sexta-feira.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse segunda-feira em Nova York que a movimentação trilateral entre Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália representa uma "crise de confiança" entre aliados que requer explicações.

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