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Exposição Internacional de Importação da China: a colaboração é uma exigência do nosso tempo

Fonte: Diário do Povo Online    05.11.2021 12h32

Por José Medeiros da Silva*

Pelo quarto ano consecutivo, empresas e líderes empresariais de diversas partes do mundo se reúnem em Shanghai para participar da 4ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, em inglês). Este ano o evento ocorre entre os dias 05 e 10 de novembro e deverá contar com cerca de 3000 empresas de 127 países e regiões, segundo seus organizadores. Além da exposição presencial, várias empresas estarão também presentes virtualmente. E assim, como nas três edições anteriores, essa quarta edição da Exposição teve sua abertura oficial feita pelo presidente Xi Jinping, o que torna bem claro a relevância estratégica da referida plataforma, tanto no plano prático como no conceitual.

Nas edições de 2018 e 2019 o presidente Xi Jinping esteve pessoalmente presente na abertura da Exposição e nas edições de 2020 e 2021 sua mensagem foi transmitida por vídeo. Em seus discursos de abertura, essencialmente, o presidente Xi Jinping tem conclamado para a necessidade histórica de se trabalhar em conjunto, ressaltando sempre a importância da cooperação entre os países e de se avançar juntos, seja para o enfrentamento das grandes adversidades, seja para geração e o compartilhamento de benefícios materiais gerados pelo desenvolvimento econômico e social contemporâneo.

Foi assim no seu discurso inaugural de 2018, diante de diversos líderes mundiais e autoridades do mundo econômico, como os chefes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização Mundial do Comércio (OMC), quando conclamou o mundo a "Trabalhar em conjunto por uma economia global aberta, inovadora e inclusiva", ou em novembro de 2019, por ocasião do segundo ano do evento, quando discorreu sobre a importância da "Abertura e cooperação para um futuro compartilhado".

Nessa mesma linha foi o seu pronunciamento em 2020, quando observou que a pandemia do Covid-19 adicionava à economia mundial novos fatores de instabilidade e incerteza. E agora em 2021, onde enfatizou a importância do multilateralismo e a atuação da China na promoção do comércio global, mencionando também as contribuições dadas pelo país para garantir o abastecimento da cadeia industrial global e promover a recuperação da economia mundial.

Nesse conjunto de discursos de abertura, o presidente Xi tem enfatizado também que o grande mercado da China se manterá cada vez mais aberto aos demais países e que os frutos do desenvolvimento interno do país visam também o progresso geral dos outros povos. Não casual, a temática da importação forma o núcleo conceitual da própria exposição, revela uma proposição internacionalmente inovadora nesse tipo de eventos. Dito de outro modo, nesses pronunciamentos, Xi Jinping tem procurado evidenciar que o objetivo maior da China é trabalhar junto com os outros países do mundo para que assim todos possam avançar em direção a uma prosperidade comum.

Vale salientar que, assim como a iniciativa Cinturão e Rota, a CIIE, também foi um mecanismo concebido, panejado e proposto pelo presidente Xi Jinping para o aprofundamento do processo de abertura ao exterior e uma aproximação ainda maior da China com o restante do mundo. No caso da iniciativa Cinturão e Rota, o foco é a expansão e interconexão de infraestruturas; já no caso da CIIE, além de demonstrar que as oportunidades do grande mercado chinês estão para ser compartilhadas com o mundo, o propósito é criar novas dinâmicas para o impulsionamento do comércio internacional. Em ambos os casos, são instrumentos de ação prática usados pela China para tornar mais claro ao mundo o seu conceito de ‘construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade’.

Mais do que um simples espaço para que empresas fomentem investimentos, apresentem seus produtos, busquem novos mercados e ampliem suas trocas comerciais, a CIIE procura se consolidar também como um instrumento para a promoção de intercâmbios humanos e culturais e como um espaço de demonstração prática da escolha da China para o seu processo de inserção internacional.

Como o surto epidêmico ainda está em curso, seus efeitos gerais (psíquicos, econômicos, sociais...) ainda não podem ser tão bem dimensionados. No entanto, já se sabe que mais de cinco milhões de vidas já foram ceifadas nessa que é, sem dúvida, a maior catástrofe humanitária do século 21. Também se sabe que a crise econômica e suas consequências, como o desemprego, tem atingido vários países. Em outras palavras, são grandes os desafios atuais de grande parte da humanidade e por isso mesmo, a colaboração é a exigência do momento. A Exposição Internacional de Importação da China tem caminhado nessa direção.

 

*José Medeiros da Silva, doutor em Ciência Política, é pesquisador do Instituto de Estudos de América Latina na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang e professor no Departamento de Português da referida universidade. 

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