Em 1969, um jovem com menos de 16 anos deixou Beijing e se estabeleceu em uma vila pobre no noroeste da China, onde passou os sete anos seguintes trabalhando como camponês.
Mais de cinco décadas depois, as memórias da labuta no planalto de Loess ainda estão gravadas em sua mente. Como sementes em solo fértil, essas experiências se transformaram em um sentimento duradouro de preocupação com o bem-estar dos agricultores.
Esse homem é Xi Jinping, o agora principal líder da China.
"Eu era camponês... e sabia o que os aldeões mais queriam!", lembrou o presidente durante uma viagem ao exterior em 2015.
"Uma coisa que eu desejava na época era possibilitar que os aldeões tivessem carne e comessem com frequência", disse, referindo-se às suas experiências passadas.
Hoje, a comida não é mais um problema para os agricultores chineses. Mas o vínculo de Xi com a população rural permaneceu forte.
No domingo, Xi, também secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e presidente da Comissão Militar Central, visitou assessores políticos nacionais dos setores de agricultura e bem-estar e previdência social, que estão participando da sessão anual do principal órgão consultivo político do país.
Xi ressaltou a importância de garantir o abastecimento de cereais, demonstrando grande preocupação com os agricultores e com o setor agropecuário.
A questão dos meios de subsistência dos agricultores tem sido uma questão importante para Xi.
Em dezembro de 2012, cerca de um mês depois de assumir o comando do Partido, Xi enfrentou o frio do inverno e levou óleo de cozinha, farinha, colchas e casacos até às famílias do condado de Fuping, em Hebei, uma das regiões mais pobres da China à época.
A visita de Xi trouxe não apenas esperança e crença, mas também medidas concretas para impulsionar o desenvolvimento local.
"O secretário-geral disse durante sua visita à nossa aldeia que gostaria que nos livrássemos da pobreza e melhorássemos o mais rápido possível. Hoje, quero que ele saiba que conseguimos", disse Gu Chenghu, um aldeão em Fuping, cinco anos após a visita de Xi.
Depois de assumir o posto mais alto do Partido, Xi empreendeu uma campanha nacional contra a pobreza. Em fevereiro de 2021, ele anunciou que a China havia eliminado a pobreza absoluta, marcando uma "vitória completa" na luta. Em apenas oito anos, a China retirou 98,99 milhões de população rural da linha da pobreza.
Essa vitória histórica não significa que Xi se sinta menos preocupado com a agricultura, as áreas rurais e os agricultores. Ele mudou a estratégia para o próximo alvo: a revitalização rural.
Foi proposto como um movimento fundamental para o desenvolvimento de uma economia modernizada no 19º Congresso Nacional do PCCh em 2017.
De acordo com o roteiro, até 2035 terão sido feitos progressos "decisivos", com a modernização básica da agricultura e das zonas rurais alcançada. Até 2050, as áreas rurais deverão ter uma agricultura robusta, paisagens requalificadas e agricultores prósperos.
No recém-publicado "documento central nº 1" para 2022, a primeira declaração de política divulgada pelas autoridades centrais da China a cada ano, foram descritas as principais tarefas para impulsionar de forma abrangente a revitalização rural.
"Devemos manter firmemente os objetivos de garantir a segurança da produção cerealífera da China e não garantir nenhum retorno em larga escala à pobreza", observou.
Em agosto de 2021, mais de oito anos após sua viagem a Fuping, Hebei, Xi retornou à província e inspecionou o progresso na revitalização rural.
Ele passou pela casa do aldeão Huo Jin e conversou com a família. Xi enfatizou que, mesmo quando a urbanização da China atingir um alto nível, haverá ainda centenas de milhões de pessoas trabalhando e vivendo em regiões rurais.
A prosperidade deve ser alcançada tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais, disse Xi, pedindo a construção de novas áreas rurais socialistas com melhores condições de vida.
