É muito cedo para rotular infecções de Ômicron como "grande gripe", diz especialista chinês

Fonte: Xinhua    22.03.2022 13h22

É muito cedo para rotular as infecções da variante Ômicron como "grande gripe", disse em entrevista à Xinhua Liang Wannian, chefe do painel de especialistas em resposta à COVID-19 da Comissão Nacional de Saúde da China.

Para os indivíduos, o risco de sintomas graves causados pela Ômicron pode diminuir, mas o vírus se espalha rapidamente, alertou ele.

"Se houver um grande número absoluto de pessoas infectadas, o número de casos graves e mortes na população como um todo será alto, o que ainda pode causar grandes danos", observou.

Liang ressaltou que a essência da abordagem dinâmica zero-COVID da China é uma resposta rápida e direcionada.

"Uma vez detectado um surto, temos uma série de maneiras de cortá-lo no seu início", explicou ele. "A chave está em garantir sua detecção e eliminação precoce."

Liang alertou contra qualquer frouxidão, hesitação ou a mentalidade de arriscar no combate à COVID, dizendo que o vírus pode se espalhar exponencialmente se não for detectado em tempo hábil ou sem intervenção imediata.

A abordagem dinâmica zero-COVID, a política de saúde pública chinesa implementada para combater o coronavírus nos últimos dois anos, mostrou-se eficaz para encontrar um bom equilíbrio entre prevenção e controle epidêmico, e o desenvolvimento econômico e social, segundo Liang.

O objetivo dessa abordagem é controlar a epidemia no menor tempo possível, com um custo mínimo para a sociedade.

"Se não buscarmos a eliminação dinâmica de cada surto esporádico, ele eventualmente evoluirá para um ressurgimento em larga escala", observou.

A China tem experimentado um ressurgimento de COVID-19 desde março, com algumas províncias vendo um número rapidamente crescente de infecções.

De 1º a 18 de março, mais de 29 mil infecções locais foram relatadas em 28 regiões de nível provincial em toda parte continental chinesa. Mais de 95% dos pacientes de COVID-19 no último surto foram casos leves ou assintomáticos, mostraram dados da comissão.

A parte continental chinesa informou na segunda-feira 2.281 casos de COVID-19 transmitidos localmente e 2.432 novos casos assintomáticos locais.

"O último ressurgimento na China não significa que a política e as medidas de resposta à COVID-19 do país sejam ineficazes", disse Liang.

As infecções aumentaram exponencialmente em muitos países e regiões em um curto período de tempo desde que a variante Ômicron se espalhou pelo mundo. "No entanto, a China testemunhou um aumento mais lento no número de infecções, precisamente porque tomamos uma série de medidas eficazes de intervenção para conter o vírus", acrescentou.

(Web editor: Beatriz Zhang, 符园园)

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