Um funcionário médico coleta uma amostra de um residente para realizar teste de ácido nucleico da Covid-19 em Shanghai, em 9 de abril de 2022. (Foto: Xinhua)
A cepa Omicron do vírus Covid-19 não deve ser tratada como uma simples gripe porque pode se espalhar rapidamente com sua alta transmissibilidade e transmissão furtiva, apresentando riscos particularmente graves para os idosos, observou um especialista sênior no domingo (10).
Como o coronavírus provavelmente adquirirá mutações mais perigosas no futuro, aderir à estratégia dinâmica zero-Covid continua sendo a melhor opção para a China, inclusive para Shanghai, que atingiu uma fase aguda da luta contra a doença, afirmou Liang Wannian, membro de um painel de especialistas enviado a Shanghai pelo Mecanismo Conjunto de Prevenção e Controle do Conselho de Estado.
“A recente rodada de surtos causados pela variante Omicron não deve ser tratada como uma epidemia de gripe”, disse Liang durante uma entrevista. “Ele se espalha mais rápido e de maneira mais discreta do que o vírus da gripe, aumentando o risco de causar uma transmissão em larga escala”.
A taxa geral de mortalidade por Omicron é maior do que a da gripe sazonal, observou ele. Entre as pessoas com 80 anos ou mais, sua taxa de mortalidade é de 10 vezes maior do que a da gripe.
“Outra característica importante do vírus é que ele está em constante evolução e não temos certeza de como serão as mutações futuras”, lamentou ele. “Se o vírus se transformar em uma forma mais nociva, representará maiores riscos à nossa saúde”.
Zhang Wenhong, chefe do departamento de doenças infeciosas do Hospital Huashan da Universidade Fudan, em Shanghai, também pediu mais atenção à proteção dos grupos mais vulneráveis durante a epidemia.
“Nós, especialistas médicos, dedicamos enormes esforços para monitorar e cuidar de idosos que não foram vacinados e têm doenças subjacentes”, disse ele ao Diário do Povo Online no sábado (9).
Dados globais mostraram que os idosos que não foram vacinados são o grupo mais vulnerável à Covid-19, alertou ele. “Enfatizei que o Omicron não é uma gripe poderosa, e atinge particularmente os idosos que não estão protegidos por vacinas”, disse ele.
Zhang disse que é urgente conter a epidemia em Shanghai e cortar a transmissão nas comunidades para que a vida e a produção normais possam ser retomadas.
“Alcançar a liberação dinâmica também ajudará a restaurar os serviços médicos normais e permitirá que outros pacientes, especialmente aqueles em estado grave, tenham acesso a cuidados adequados”, disse ele.
Shanghai ainda enfrenta uma luta sombria no combate ao vírus. Os dados mais recentes da Comissão Nacional de Saúde da China mostraram que as infeções diárias continuam aumentando na cidade. No sábado, foram registradas 1.006 infeções transmitidas localmente e quase 24.000 infeções assintomáticas.
Zhang disse que a rápida disseminação do Omicron também destacou a urgência de aumentar a preparação para futuros surtos em potencial, como aumentar as vacinações de reforço entre os idosos, aumentar o suprimento de medicamentos e acelerar a construção de instalações de quarentena.