O governo dos EUA deve proteger seriamente os direitos legais dos afro-americanos e outras minorias étnicas e transformar a retórica sobre direitos humanos e igualdade em realidade, afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China na quinta-feira (14).
O porta-voz Zhao Lijian fez as observações em uma coletiva de imprensa regular quando solicitado a comentar o relatório do Estado da América Negra de 2022.
A Liga Urbana Nacional publicou seu relatório 2022 Estado da América Negra em 12 de abril. Uma das descobertas é que o direito dos negros americanos à participação política foi bastante restrito. Somente no ano passado, 20 estados redesenharam os mapas do Congresso, que retiram o poder de voto de comunidades com eleitores afro-americanos e outras minorias raciais. Ao mesmo tempo, muitos estados adotaram legislação que torna mais difícil para eleitores negros e de outras minorias étnicas votarem.
Zhao disse que o relatório mostra que os afro-americanos obtêm apenas 73,9% da igualdade americana de que os brancos desfrutam. Os negros ficaram ainda mais atrás dos brancos em relação à riqueza, saúde, educação, justiça social e engajamento cívico.
"Isso expõe novamente a persistente discriminação racial sistêmica nos Estados Unidos, que se infiltrou em todos os aspectos da vida social", observou Zhao.
A utopia representada pelas palavras é abalada pela realidade, disse o porta-voz, acrescentando que os Estados Unidos reivindicam a abertura e a inclusão, declaram que a vida, a liberdade e a busca da felicidade são direitos inalienáveis de que todos os homens são dotados e que o sonho está lá fora para todos os que se propõem a persegui-lo.
Cinquenta e nove anos atrás, Martin Luther King Jr. disse em seu discurso "Eu tenho um sonho" que "os Estados Unidos deram a seus negros um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com 'fundos insuficientes'". Quase um século se passou e a situação continua a mesma. Os afro-americanos ainda estão travando uma longa e difícil batalha na luta pela igualdade de direitos com os brancos, enfatizou Zhao.
O sofrimento imposto aos afro-americanos é também direcionado a outros grupos étnicos minoritários, lamentou o porta-voz.
"Ofuscadas pela discriminação racial sistêmica com tratamento discriminatório e violência na aplicação da lei, as minorias étnicas nos Estados Unidos vivem sob inquietação, desigualdade e medo", apontou Zhao.
O governo dos EUA precisa examinar atentamente as próprias questões de direitos humanos do país, proteger seriamente os direitos legais dos afro-americanos e outras minorias étnicas e enquadrar a retórica sobre direitos humanos e igualdade com a realidade para os benefícios tangíveis de cada cidadão americano, concluiu o porta-voz.