O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse recentemente que a crise da Ucrânia poderia afetar mais de um quinto da humanidade, mergulhando até 1,7 bilhões de pessoas na pobreza e na fome.
A OTAN liderada pelos EUA não pode absolver-se da responsabilidade de abrir a "caixa de Pandora" no conflito russo-ucraniano. Em uma discussão que teve com o ex-líder soviético, Mikhail Gorbachev, no início de década de 1990, o ex-secretário de Estado americano James Baker prometia que não se expandiria "uma polegada para o leste".
Entretanto, a OTAN liderada pelos Estados Unidos quebrou essa promessa, engajando-se em uma expansão de mais de 1.000 quilômetros em direção à fronteira russa e aumentando o número de membros de 16 para 30, encurralando a Rússia a cada passo.
Em 1997, George Kennan, ex-embaixador dos EUA na União Soviética, declarou que a expansão da OTAN seria o erro mais fatídico da política americana em toda a era pós Guerra Fria. Agora, esta previsão tornou-se realidade. A crise da Ucrânia trouxe um impacto imensurável para o mundo. Entretanto, a OTAN continua presa a uma mentalidade de Guerra Fria, e continua a acrescentar combustível ao fogo e a criar divisões e confrontos.
A chave para fechar a "caixa de Pandora" está nas mãos dos Estados Unidos e da OTAN. Eles devem refletir sobriamente sobre seu papel na crise da Ucrânia, e assumir sua devida responsabilidade.