O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, alertou na quinta-feira (28) que as regras internacionais devem ser as normas que regem as relações internacionais com base nos propósitos e princípios da Carta da ONU, não podem ser definidas por uma determinada panelinha ou bloco.
Wang fez o comentário em uma coletiva de imprensa depois que a secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, criticou a China por não condenar a agressão da Rússia contra a Ucrânia, alegando que o fracasso do país asiático em seguir as regras globais interromperia sua ascensão como superpotência.
Observando que Liz Truss também mencionou a Otan em seu discurso, Wang afirmou que, como produto da Guerra Fria e da maior aliança militar do mundo, a Otan deveria ter feito os ajustes necessários de acordo com a mudança dos tempos desde que a Guerra Fria acabou.
No entanto, disse Wang, a Otan vem se apegando ao antigo conceito de segurança, engajando-se no confronto em bloco e por isso se tornou uma ferramenta para certos países buscarem a hegemonia, criando confrontos e distúrbios constantemente.
A Otan exige que outros países cumpram as normas básicas das relações internacionais, mas tem travado guerras desenfreadamente e lançado bombas em Estados soberanos, matando e deslocando civis inocentes, acrescentou ele.
Wang salientou que a Otan veio nos últimos anos para a região Ásia-Pacífico para jogar seu peso e provocar conflitos como uma organização militar do Atlântico Norte, e o impacto da expansão da Otan para o leste sobre a paz e estabilidade de longo prazo da Europa deve ser refletida.
"A Otan bagunçou a Europa. Agora está tentando bagunçar a Ásia-Pacífico e até o mundo?", ponderou ele.
O porta-voz reiterou que a posição da China sobre a questão da Ucrânia é consistente e clara. "Sempre fazemos julgamentos independentes com base nos méritos de cada assunto", destacou ele.