A chave para que a relação entre a China e os Estados Unidos saia do predicamento é que a parte norte-americana abandone sua mania dos jogos de soma zero, deixe sua obsessão em conter e reprimir o país asiático e pare de prejudicar as relações bilaterais, disse na sexta-feira Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
A parte estadunidense deve tomar as opções corretas tendo em mente os interesses comuns dos povos de ambos os países e do mundo, acrescentou.
Wang deu as declarações em resposta ao discurso do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, sobre a estratégia de seu país em relação à China, no qual a descreveu como "o mais sério desafio a longo prazo para a ordem internacional".
Wang acusou o extenso discurso de Blinken de propagar desinformação, apresentar a chamada "ameaça da China", interferir nos assuntos internos e difamar a política interior e exterior do país asiático.
O único propósito disto é conter e reprimir o desenvolvimento da China e manter a hegemonia dos Estados Unidos, alertou Wang. "A China deplora e rejeita isto".
A humanidade vive atualmente em uma nova era de conectividade, onde todos os países compartilham um futuro comum e seus interesses estão estreitamente entrelaçados. Wang salientou que o sensacionalismo dos Estados Unidos em torno da chamada "ameaça da China" não pode resolver seus próprios problemas e só conduzirá o mundo a um perigoso abismo.
A parte estadunidense está confundindo completamente o correto e o errado quando chama a China de "o mais sério desafio a longo prazo para a ordem internacional", indicou Wang, acrescentando que os Estados Unidos sempre colocam sua legislação nacional acima do direito internacional e selecionam as normas internacionais à sua conveniência de maneira pragmática. Esta é a maior fonte de instabilidade na ordem internacional.
A paz, o desenvolvimento, a equidade, a justiça, a democracia e a liberdade são os valores comuns da humanidade. Não existe nenhum modelo único que se ajuste a todos, assinalou Wang, acrescentando que os Estados Unidos têm um déficit em democracia e direitos humanos com seu deplorável histórico. "Este país está em condições de adotar a posição de guardião da democracia e dos direitos humanos e de criticar outros em relação a estas questões?".
Wang afirmou que a China defende o princípio de consultas extensas, contribuição conjunta e benefícios compartilhados e defende que o futuro do mundo deve ser decidido por todas as nações juntas.
Os Estados Unidos criam a chamada "estratégia do Indo-Pacífico" para agrupar os países da região para conter a China e pretendem "formatar o ambiente estratégico ao redor de Beijing". Esta ação de unir-se contra a China não obterá nenhum apoio e está condenada ao fracasso.
A diplomacia chinesa defende e pratica os cinco princípios de coexistência pacífica. A etiqueta de "diplomacia coercitiva" de maneira nenhuma pode ser acoplada à China, indicou Wang, acrescentando que os Estados Unidos são inventores e sinônimo da "diplomacia coercitiva".
"As questões relacionadas a Taiwan, Xinjiang, Hong Kong e Tibet são exclusivamente assuntos internos da China", sublinhou Wang. O país pede que os Estados Unidos sigam as normas básicas que regem as relações internacionais, deixem de interferir nos assuntos internos chineses e parem de difundir mentiras e desinformação.
"Advertimos solenemente à parte norte-americana que não subestime a firme resolução, a vontade e a capacidade do povo chinês para defender a soberania nacional e a integridade territorial", acrescentou.
Quando fala de competição com a China, os Estados Unidos em realidade estão superdimensionando o conceito de segurança nacional para impor sanções unilaterais ilegais, exercer a jurisdição de braço longo e procurar o desacoplamento e a ruptura da cadeia industrial, o que prejudica gravemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e priva a China de seu direito ao desenvolvimento.
Isto de maneira nenhuma constitui uma "competição justa" e sim uma supressão e contenção sem escrúpulos, salientou Wang.
"Tomamos conhecimento que o secretário Blinken disse em seu discurso que os Estados Unidos não procuram um conflito nem nova Guerra Fria com a China; não procuram bloquear a China em seu papel de potência importante, nem impedir que o país desenvolva sua economia; e querem coexistir pacificamente com a China. Estamos observando o que farão os Estados Unidos", afirmou.