A Missão Chinesa na União Europeia (UE) disse que se opõe firmemente ao documento recém-publicado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), alegando que a China representa desafios sistêmicos para a organização.
O chamado Conceito Estratégico, adotado durante uma cúpula em Madri na quarta-feira (29), estava repleto de mentalidade da Guerra Fria e viés ideológico, atacando e difamando a China de maneira maliciosa. "Nós nos opomos firmemente a isso", disse um porta-voz da Missão Chinesa no mesmo dia.
A Otan é um remanescente da Guerra Fria e a maior aliança militar do mundo. Trinta anos após o fim da Guerra Fria, ainda não abandonou seu pensamento e prática de criar "inimigos" e se envolver em confrontos em bloco, observou o porta-voz.
O Conceito Estratégico afirma que outros países apresentam desafios, mas é a Otan que está criando problemas em todo o mundo. A Otan afirma ser uma organização que defende a ordem internacional baseada em regras, mas ignorou o Conselho de Segurança das Nações Unidas e travou guerras contra Estados soberanos, criando enormes baixas e deixando dezenas de milhões de desabrigados, acrescentou o porta-voz.
A Otan alega que sua zona de defesa não irá além do Atlântico Norte, mas tem se mostrado forte na região da Ásia-Pacífico nos últimos anos e procurou incitar o confronto do bloco lá, como fez na Europa.
“Quem está desafiando a segurança global e minando a paz mundial? Existem guerras ou conflitos ao longo dos anos em que a Otan não está envolvida?” questionou o enviado.
O porta-voz observou que a China segue uma política externa independente de paz e é uma força para a paz mundial, um contribuinte para o desenvolvimento global e um defensor da ordem internacional.
A China nunca iniciou uma guerra ou invadiu uma polegada de terra de outros países. “Nós não interferimos nos assuntos internos dos outros ou exportamos ideologias, nem tampouco nos envolvemos em jurisdição de longo alcance, sanções unilaterais ou coerção econômica”.
A China sempre defende o sistema internacional com a ONU em seu núcleo, a ordem internacional sustentada pelo direito internacional e as normas básicas das relações internacionais baseadas nos propósitos e princípios da Carta da ONU, disse o porta-voz.
A China promoveu a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, avançou a cooperação de alta qualidade sob a iniciativa do Cinturão e Rota, apresentou a Iniciativa de Desenvolvimento Global (IDG) e a Iniciativa de Segurança Global, fornecendo um grande número de bens públicos para a comunidade internacional para abordar questões importantes como a paz e o desenvolvimento.
“O desenvolvimento da China representa uma oportunidade para o mundo, não um desafio para ninguém”, acrescentou o porta-voz.
“Pedimos à OTAN que pare de provocar confrontos traçando linhas ideológicas, abandone a mentalidade da Guerra Fria e a abordagem do jogo de soma zero e pare de espalhar desinformação e declarações provocativas contra a China”.
“Como a OTAN coloca a China como um 'desafio sistêmico', temos que prestar muita atenção e responder de maneira coordenada. Quando se trata de atos que prejudicam os interesses da China, daremos respostas firmes e fortes”, prometeu o porta-voz.