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Adesão da Finlândia e da Suécia enfraquecerá OTAN, diz estudiosa grega

Fonte: Xinhua    01.07.2022 14h36

A adesão da Finlândia e da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) será um desenvolvimento negativo para o Ocidente, pois acabará por enfraquecer a aliança, disse uma estudiosa grega à Xinhua na quarta-feira.

"Embora as preocupações da Finlândia e da Suécia sobre a Rússia tenham seus motivos, elas não provam que sua adesão à OTAN seja do interesse da OTAN", disse Pelagia Karpathiotaki, estudiosa de relações internacionais e pesquisadora da Universidade de Negócios e Economia Internacionais, com sede em Beijing.

"Esses dois países serão considerados problemáticos pela Rússia, que ao mesmo tempo são fracos demais para serem defendidos pelo Ocidente", disse Karpathiotaki ao comentar os resultados da cúpula da OTAN em Madri.

A Turquia desistiu de suas objeções à adesão dos dois países à OTAN, mas muitas questões permanecem sobre os planos de ampliação da aliança antes e depois do início da atual crise na Ucrânia.

No caso da Finlândia e da Suécia, uma vez concluído o processo de adesão, será criado um espaço de instabilidade no sistema de segurança europeu, argumentou Karpathiotaki.

As minúsculas forças militares desses países acrescentariam pouco à força militar geral da aliança, mas sua adesão à OTAN criaria grandes problemas, disse ela.

"O interesse da aliança é evitar ficar presa em áreas que dificilmente poderia defender, enquanto um grande aumento de seus membros dificultaria a tomada de decisões", observou Karpathiotaki.

"Além disso, países com fortes elementos anti-russos atrairão a aliança para tensões indesejadas com Moscou", enfatizou a estudiosa.

Essa é a mesma opinião de vários analistas políticos e militares, que claramente não são pró-Rússia, acrescentou ela.

Em circunstâncias normais, a OTAN deve considerar se os candidatos podem contribuir para a defesa coletiva da aliança, observou Karpathiotaki.

No entanto, hoje a expansão da OTAN é baseada em narrativas ideológicas e não em critérios de poder, disse ela.

O ocidente "precisou" se expandir para países que antes faziam parte da União Soviética ou estavam sob a esfera de influência soviética para impor "valores ocidentais" e "democracia", segundo a narrativa.

Como resultado, os países com contribuição de mínima a negativa para o poder coletivo da aliança, se unem e surgem problemas em uma estrutura onde as decisões devem ser tomadas por unanimidade, observou a especialista.

O problema é agravado pelo fato de que os países aliados hoje têm identidades e agendas geopolíticas muito diferentes em comparação com a antiga OTAN "sólida" da Guerra Fria, explicou ela.

Para Karpathiotaki, o argumento de que "depois de irmos para uma nova Guerra Fria, então devemos ser o maior número possível contra a Rússia" também não é válido.

A questão não é quantos Estados estão na estrutura da OTAN, mas que poder eles têm, disse ela.

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