O setor de serviços da China expandiu em junho ao ritmo mais rápido em quase um ano em meio, após uma retomada gradual do trabalho e da produção, indicando uma recuperação robusta nas condições de negócios.
Os especialistas disseram que a atividade do setor de serviços acelerou, à medida que os surtos de Covid-19 diminuíram gradualmente em mais cidades em todo o país, demonstrando a resiliência da economia, apesar da pressão descendente.
Eles fizeram as observações à medida que a atividade do setor de serviços e manufatura expandiu em junho, após abrandar desde março, em meio a vários impactos de casos domésticos de Covid-19.
O Índice de Gerentes de Compras de Serviços Gerais da Caixin China chegou aos 54,5 em junho, ante 41,4 em maio, significando um retorno terreno expansionista pela primeira vez desde fevereiro, segundo o grupo de mídia Caixin, na terça-feira.
Wang Zhe, economista sênior do Caixin Insight Group, disse que a atividade de serviços registrou um ritmo sólido de expansão em junho, já que a pandemia foi efetivamente controlada e as empresas retomaram gradualmente o trabalho e a produção.
O PMI composto da Caixin, que inclui atividades de manufatura e serviços, subiu para 55,3 em junho, dos 42,2 em maio.
Apesar da melhoria, Wang alertou também as empresas manufatureiras que ainda enfrentam a pressão do aumento dos custos e pediu por mais esforços para aumentar o apoio a funcionários e grupos de baixa renda atingidos pela pandemia.
Uma pesquisa oficial divulgada na semana passada demonstrou também uma melhoria tanto na manufatura quanto nos serviços. O PMI oficial do setor manufatureiro da China subiu para 50,2 face aos 49,6 de maio, e o PMI de serviços oficiais do país ficou em 54,3, em comparação com 47,1 em maio, segundo o Departamento Nacional de Estatística.
Lu Ting, economista-chefe da China no Nomura, atribuiu a expansão da atividade manufatureira e de serviços ao impacto reduzido da pandemia em Shanghai e algumas outras grandes cidades.
"Esperamos que o PMI de manufatura oficial aumente ainda mais e que o PMI de não manufatura permaneça acima de 51,0", acrescentou Lu.
Yin Yue, analista da Hongta Securities, listada em Shanghai, disse que a economia da China alcançou uma recuperação completa em junho, à medida que o impacto da pandemia diminuiu e as políticas fiscais e monetárias entraram gradualmente em vigor.
Citando a pressão inflacionária no exterior e os preços relativamente estáveis da China, Yin disse que a China tem muito espaço para o ajuste da política macroeconômica e espera ver novas ferramentas incrementais de política fiscal e monetária para lidar com a pressão de baixa.
Para melhor fazer frente aos desafios econômicos, o principal regulador econômico da China disse em uma entrevista coletiva recente que lançará mais ferramentas políticas em tempo hábil.
Ou Hong, vice-secretário-geral da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, disse que a China acelerará a construção de projetos de infraestrutura em áreas como conservação de água, transporte, túneis subterrâneos e grandes bases de energia eólica e fotovoltaica no deserto Gobi e outras regiões áridas.
O país acelerará ainda os esforços para a implementação de um pacote de medidas de estímulo, incluindo aumento das vendas de itens caros, como automóveis e eletrodomésticos, para liberar ainda mais o potencial de consumo, disse Ou.
Tommy Wu, economista-chefe do think tank Oxford Economics, acredita que o investimento em infraestrutura será o meio mais eficaz de impulsionar o crescimento. "Mesmo que algumas cidades ou áreas rurais tenham sido afetadas por surtos de Covid-19, projetos em outras áreas poderão continuar", disse Wu.
À medida que a economia da China estabiliza gradualmente, Wu espera que o crescimento recupere no segundo semestre e que o estímulo político desempenhe um papel crucial no aumento da demanda doméstica.