Faltando 17 dias para o segundo turno das Eleições 2022 que definirá o presidente do Brasil pelos próximos quatro anos, a região nordeste do país foi a escolhida nesta quinta-feira por ambos os candidatos - o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, que busca a reeleição - para uma nova etapa da campanha eleitoral.
Lula, que terminou o 1º turno com uma vantagem avassaladora nos nove estados que integram a região, com 21,7 milhões de votos contra os 8,7 milhões de Bolsonaro, fez caminhada com apoiadores no centro das capitais dos estados de Sergipe e Alagoas, Aracaju e Maceió, respectivamente.
"Nós queremos vencer essa disputa para recuperar o prestígio do Brasil e para recuperar a economia brasileira. O povo brasileiro precisa trabalhar, precisa comer, precisa estudar, precisa ter acesso ao lazer", declarou Lula em discurso em Maceió.
O ex-presidente, que é natural do estado de Pernambuco, disse ainda que tem orgulho de ser nordestino e cobrou respeito ao povo da região, em uma alusão a declarações de Bolsonaro que ao justificar sua derrota na região no 1º turno, afirmou que "Lula venceu em nove dos dez estados com maior taxa de analfabetismo. Vocês sabem quais são esses estados? São do nosso Nordeste".
A repercussão da fala do presidente atual foi tal que foi criada uma propaganda eleitoral específica para o nordeste, na qual Bolsonaro elogia o povo local e destaca as obras do governo para a região, com o objetivo de ao menos diminuir sua alta taxa de rejeição.
Nesta quinta-feira, em visita a Recife, capital de Pernambuco, Bolsonaro admitiu para um grupo de apoiadores que houve "exagero" de sua parte em declarações sobre a pandemia.
"Acredito que tenha feito o possível para ajudar no combate à COVID. Houve, da minha parte, algum exagero por parte de algumas palavras. Peço desculpas, mas faz parte da emoção. Talvez da educação que eu tive em casa, bastante rígida, e também, dos meus 15 anos no Exército brasileiro", afirmou.
Durante a pandemia, Bolsonaro chegou a imitar pacientes da COVID-19 que sofreram de falta de ar, devido a carência de oxigênio em hospitais de Manaus (Amazonas), disse que não era "coveiro", quando foi questionado pelo grande número de vítimas do vírus no país e demorou a comprar vacinas.
Segundo dados oficiais desta quinta-feira, o Brasil registra 687.069 mortes pela COVID-19 e 34.739.865 casos confirmados, o que faz do país um dos mais afetados pela doença em todo o mundo.