A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia do Brasil divulgou na quinta-feira uma redução na sua previsão da inflação em 2022, passando de 6,3% para 5,85%.
"Os principais fatores para alteração da projeção de inflação foram a redução dos preços administrados, menor pressão dos bens industriais e alimentos e estabilização dos preços de serviços", informou o boletim trimestral "MacroFiscal", divulgado nesta quinta-feira pela pasta.
A estimativa continua superior à meta de inflação para este ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,5%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Já para 2023, a estimativa do ministério é de uma leve alta, passando de 4,5% para 4,6%, com uma meta oficial de 3,25%, e a mesma margem de tolerância de 2022.
As previsões oficiais diferem ligeiramente das últimas projeções do mercado financeiro. Na pesquisa Focus realizada semanalmente com mais de 100 instituições financeiras e divulgada na última segunda-feira, os analistas estimavam que a inflação deste ano fechará em 5,82% e a de 2023, em 4,94%.
Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o boletim "MacroFiscal" manteve sua projeção de um crescimento de 2,7% para este ano, índice praticamente igual aos 2,77% estimado pelo mercado financeiro, enquanto que para 2023, foi reduzido de 2,5 para 2,1%, o triplo da projeção dos analistas, que é de 0,7%.
Segundo o boletim, a atual situação econômica mundial, com a elevação da taxa de juros em muitos países, mas principalmente nos Estados Unidos, levaram a uma expectativa de redução do PIB brasileiro em 2023.
"O aumento da taxa de juros (nos EUA) afeta as condições financeiras e o crescimento da atividade no resto do mundo", explicou o texto.