A subvariante BQ.1 do Omicron surgiu na China, mas nenhum aumento significativo em sua patogenicidade foi relatado, e a reinfecção com Covid-19 não aumenta o risco de doenças graves, informaram as autoridades de saúde e especialistas.
A parte continental da China relatou 49 casos de BQ.1 ou sublinhagens em nove regiões de nível provincial.
No entanto, nenhuma transmissão generalizada foi relatada e nenhum paciente infectado apresentou sintomas mais graves em comparação com pacientes que contraíram outras variantes.
"Atualmente, as cepas dominantes em circulação na China permanecem BA.5.2 e BF.7, e ambas são sublinhagens de BA.5", observou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China na terça-feira (13).
O centro fez a declaração em resposta aos rumores online de que o BQ.1 e suas ramificações estavam causando estragos no Japão com sua alta transmissibilidade e altas taxas de mortalidade.
O BQ.1, que também pertence à família BA.5, foi detectado pela primeira vez em pacientes nigerianos em junho e começou a se espalhar em setembro na Europa e nos Estados Unidos, aumentando gradualmente até se tornar a variante dominante. Desde meados de outubro, países asiáticos, incluindo Japão e Cingapura, registraram infecções por BQ.1.
"Embora o BQ.1 tenha atraído a atenção global, nenhum país jamais relatou um aumento em sua patogenicidade e nenhum relatório apontou para um aumento nas taxas de hospitalização e fatalidade", observou o centro. "Um estudo animal recente no Japão sugere que a patogenicidade de BQ.1.1 (uma linhagem de BQ.1) é provavelmente a mesma ou até menor que a de BA.5."
O centro afirmou que a China continuará a aumentar a vigilância das variantes Omicron e a avaliar prontamente a transmissibilidade, evasão da imunidade e virulência de novas cepas.
Como o vírus está em constante mutação, a Comissão Nacional de Saúde disse na terça-feira que os pacientes recuperados da Covid-19 não estão imunes a novas infecções.
"No entanto, dados do exterior mostraram que a chance de ser infectado com Omicron novamente dentro de três a seis meses após a primeira vez é muito baixa", acrescentou a comissão.
Além disso, a comissão informou que não há evidências definitivas que apoiem a teoria de que infecções repetidas possam induzir sintomas clínicos mais graves.
"Com base na observação de casos do mundo real, a proporção de pacientes que sofreram problemas de saúde mais graves durante uma segunda infecção é muito baixa", afirmou a comissão.
"A patogenicidade do Omicron enfraqueceu e a taxa de casos graves é muito baixa, independentemente de ser uma primeira infecção ou infecção repetida".
Zhong Nanshan, um proeminente especialista em doenças respiratórias, disse durante uma entrevista na semana passada que dados do exterior mostraram que cerca de 78% dos pacientes que se recuperaram da infecção por Omicron não pegarão o vírus novamente por um longo período de tempo.