Pesquisadores brasileiros do Instituto Butantan, de São Paulo, desenvolveram uma vacina contra a dengue com uma efetividade de 79,6% e que poderia supor uma revolução contra a doença transmitida por mosquitos que mata milhares de pessoas a cada ano no mundo.
Segundo o Instituto Butantan, os estudos clínicos foram realizados com mais de 16 mil pessoas durante dois anos sem que fosse registrado nenhum caso grave da doença entre os que receberam a vacina.
A fase de estudos clínicos começou em 2016 com a administração da vacina a 10 mil voluntários, cujas idades variaram entre 2 e 59 anos. Outras 6 mil pessoas receberam um placebo.
A incidência de dengue sintomática entre os participantes foi avaliada a partir dos 28 dias posteriores à imunização e continuou durante dois anos.
A vacina foi concebida para agir contra os quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e utiliza tecnologia do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, licenciada em 2009.
A primeira fase dos ensaios clínicos foi realizada nos Estados Unidos, entre 2010 e 2012, e a segunda parte da pesquisa, no Brasil, entre 2013 e 2015. Os testes mostraram que a vacina é segura e protege contra os quatro sorotipos do vírus, o que era uma das maiores dificuldades para o desenvolvimento de um imunizante contra a doença. O estudo terminará em 2024.
O Brasil vive uma explosão de casos de dengue este ano, com 1,4 milhão de casos positivos e 978 mortes pela doença, o que representa um aumento de 172 e de 400%, respectivamente, em comparação com 2021.
Em todo o mundo, se calcula que 400 milhões de pessoas adoecem por dengue anualmente, causando milhares de mortes.