Por Du Yifei, Diário do Povo
As tripulações de Shenzhou-14 e Shenzhou-15 entregaram as chaves da estação espacial chinesa em uma cerimônia realizada por ambas, em 2 de dezembro. (Foto: cmse.gov.cn)
Há pouco tempo, a China lançou com sucesso a espaçonave tripulada Shenzhou-15, a última missão de voo da fase de construção da estação espacial chinesa.
Desde o lançamento do módulo principal Tianhe em abril de 2021 até a missão Shenzhou-15, em 19 meses, a missão espacial tripulado da China realizou 11 lançamentos, 2 retornos de espaçonaves, 7 atividades extraveicular e a permanência de 12 astronautas na estação espacial. A construção da estação espacial em configuração "T" foi concluída dentro do cronograma, demonstrando a enorme força do voo espacial tripulado da China.
Após a conclusão da construção em órbita da estação espacial chinesa, ela entrará no estágio de aplicação e desenvolvimento de mais de 10 anos. Os astronautas permanecerão em órbita por um longo período para realizar pesquisas científicas espaciais mais aprofundadas, além da exploração espacial. A estação espacial chinesa fornecerá uma importante plataforma de cooperação para a exploração humana do espaço.
É a primeira vez na história que uma estação espacial chinesa está aberta a todos os Estados membros das Nações Unidas. Atualmente, 9 projetos de 17 países e 23 entidades, incluindo Suíça, Polônia, Alemanha e Itália, se tornaram o primeiro lote de projetos selecionados para experimentos científicos da estação espacial da China, abrangendo astronomia espacial, ciência da vida espacial e biotecnologia, medicina aeroespacial, física espacial, aplicação de novas tecnologias e outras áreas científicas de ponta.
O primeiro lote de cargas do projeto de cooperação internacional começará a entrar na estação espacial chinesa em 2023 para experimentos, disse Ji Qiming, porta-voz do programa espacial tripulado da China, acrescentando que a China está patente a receber astronautas de outros países para realizar experimentos na estação espacial chinesa.
Atualmente, muitos países propuseram à China o envio de astronautas para participar da missão da estação espacial chinesa. A China e as partes relevantes estão também realizando acordos de cooperação e se preparando ativamente para o treinamento de astronautas estrangeiros.
Após a conclusão, além de ser uma "casa espacial" para os astronautas, a estação espacial será também um "laboratório espacial" para pesquisas científicas, proporcionando oportunidades para os cientistas realizarem grandes descobertas de classe mundial.
A China construí de forma independente a estação espacial e declarou que não é apenas para seu próprio uso, mas para o uso de toda a humanidade, o que interpreta vividamente a cooperação ganha-ganha, incorpora totalmente a abertura e a inclusão e é um retrato vívido da promoção da construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
A estação espacial aberta da China é uma parte importante da iniciativa "Espaço Compartilhado Global" das Nações Unidas e é um "grande exemplo", disse Simonetta Di Pipo, diretora do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral (UNOOSA, na sigla em inglês).
Explorar o universo desconhecido e desenvolver a tecnologia aeroespacial são a causa comum da humanidade, e a cooperação internacional é a tendência do desenvolvimento aeroespacial. A abertura da estação espacial pela China é o epítome da prática do país dos princípios de igualdade, benefício mútuo, uso pacífico e desenvolvimento inclusivo, e seu desenvolvimento ativo de intercâmbios e cooperação aeroespacial internacional.
Nos últimos dez anos, a China assinou 84 acordos de cooperação espacial ou memorandos de entendimento com as agências espaciais de 34 países e 4 organizações internacionais, assinou esboços de cooperação espacial com as agências espaciais de 9 países e participou profundamente de 18 organizações internacionais, incluindo o UNOOSA
Além disso, a China tem realizado uma cooperação aprofundada em torno de Chang'e-4, Tianwen-1, etc., e analisado e estudado conjuntamente os dados de detecção da lua e de Marte com cientistas internacionais. O país asiático tem realizado um intercambio mundial aberto de dados de teledetecção via satélite de 16 metros de alta resolução, fornecendo produtos de dados de alta pontuação e suporte de informação espacial para mais de 150 países ao longo do “Cinturão e Rota”.
A China tomou a iniciativa no início da cooperação multilateral em projetos como os corredores de informação espacial do "Cinturão e Rota", a pequena multimissão por satélite da Organização de Cooperação Espacial Ásia-Pacífico e a constelação virtual de satélites de sensoriamento remoto do BRICS. Além disso, tomou ações concretas para promover o progresso comum e desenvolvimento sustentável da indústria aeroespacial humana.
Acredita-se que no futuro, à medida que a estação espacial da China entra no estágio de aplicação e desenvolvimento, a China continuará a defender o conceito de desenvolvimento de abertura e compartilhamento e trabalhará com países e regiões comprometidos com o uso pacífico do espaço sideral para realizar um cooperação prática mais profunda, de modo que as conquistas científicas e tecnológicas da estação espacial da China beneficiem toda a humanidade.