O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, disse que a África é um grande palco para a cooperação internacional, não uma arena para rivalidade entre as grandes potências.
Qin fez as declarações na quarta-feira ao discursar à imprensa junto ao presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Quando questionado sobre as opiniões da China sobre a segunda cúpula EUA-África, Qin disse que tanto a China quanto os EUA são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e têm grandes responsabilidades pela paz, segurança e desenvolvimento mundiais.
"As relações China-EUA não devem ser um relacionamento competitivo, nem um jogo de soma zero em que um perde e o outro ganha. Caso contrário, ambos os lados vão sofrer e o mundo vai sofrer", comentou ele.
Qin disse que a China e os Estados Unidos devem respeitar um ao outro, viver em paz e cooperar para obter resultados de benefício mútuo, além de absterem-se de minar os interesses de terceiros, enfatizando que isso está de acordo com a tendência dos tempos atuais e as expectativas da comunidade internacional.
Ele disse que a profunda amizade tradicional entre a China e a África está enraizada em seu apoio mútuo à causa da libertação nacional e assistência mútua no caminho para o desenvolvimento. Também se baseia em um relacionamento cooperativo amigável que apresenta sinceridade, resultados reais, amizade e boa fé, bem como respeito mútuo, igualdade e benefício mútuo.
Desde o início do novo século, a China construiu mais de 6 mil quilômetros de ferrovias, 6 mil quilômetros de estradas, quase 20 portos e mais de 80 grandes instalações elétricas na África, informou Qin, acrescentando que a China ajudou na construção de mais de 130 hospitais e clínicas, mais de 170 escolas, 45 estádios e ginásios e mais de 500 projetos agrícolas no continente africano.
O chanceler chinês disse que essas conquistas tangíveis desempenharam um papel importante na promoção do desenvolvimento econômico e social e na melhoria das condições de vida das pessoas na África, mostrando a força das relações e amizade China-África e recebendo elogios dos países e povos africanos.
Qin avaliou a África como um continente em ascensão e um campo fértil de esperança, cheio de vigor e vitalidade, sublinhando que sem paz e desenvolvimento na África não haverá estabilidade e prosperidade no mundo.
O que a África precisa é de solidariedade e cooperação, não de confrontação. Nenhum país ou pessoa tem o direito de obrigar os países africanos a escolher um lado, afirmou.
A África deve ser um palco para a cooperação internacional, não uma arena para a rivalidade das grandes potências, enfatizou. "Se houver competição, seja quem faz mais para o desenvolvimento pacífico da África e para a maior representação e voz da África na agenda de governança internacional."
Qin reiterou que a China está feliz em ver qualquer país que seja sincero em ajudar a África a alcançar a paz e o desenvolvimento. "Se os amigos africanos estiverem dispostos, a China está pronta para realizar cooperação trilateral ou multilateral com qualquer país da África e, em conjunto, fazer uma maior contribuição para o desenvolvimento e a revitalização da África."