O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira que seu governo fornecerá à Ucrânia 31 tanques M1 Abrams fabricados nos Estados Unidos, os quais, segundo a Rússia, servirão como alvos, se forem usados no atual conflito entre Moscou e Kiev.
"Hoje estou anunciando que os Estados Unidos enviarão 31 tanques Abrams para a Ucrânia, o equivalente a um batalhão ucraniano", disse Biden, fazendo discurso à nação em comentários televisionados na Casa Branca.
Biden explicou que a decisão foi recomendada pelo secretário de Defesa, Lloyd Austin, que, junto com o secretário de Estado Antony Blinken, acompanharam Biden enquanto ele falava. "Porque aumentará a capacidade da Ucrânia de defender seu território e alcançar os objetivos estratégicos", ressaltou Biden.
Biden apontou que os Estados Unidos também estão enviando à Ucrânia peças e equipamentos necessários para sustentar os sofisticados tanques, acrescentando que Washington em breve começará a treinar soldados ucranianos sobre como operar e fazer manutenção para os tanques, cuja entrega, observou ele, levará tempo.
A entrega dos tanques M1 Abrams, entre os mais poderosos e capazes do tipo no mundo, é considerada mais um grande desenvolvimento na crise da Ucrânia, potencialmente agravando ainda mais a situação, já que outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também pretendem ajudar a Ucrânia com tanques.
Antes do anúncio formal de Biden, reportagens sobre fornecimento de tanques M1 Abrams pelos EUA à Ucrânia já haviam enfurecido a Rússia.
O embaixador de Moscou em Washington, Anatoly Antonov, afirmou na terça-feira que "se for tomada uma decisão de transferir a Kiev M1 Abrams, os tanques americanos, sem nenhuma dúvida, serão destruídos como todas os outros equipamentos militares da OTAN".
"Se os Estados Unidos decidirem fornecer tanques, será impossível justificar tal passo usando argumentos sobre 'armas defensivas'", disse o diplomata. "Esta seria outra provocação flagrante contra a Federação Russa."
O compromisso dos EUA veio na sequência da confirmação da Alemanha, de que entregará 14 tanques Leopard 2 A6 à Ucrânia, encerrando um impasse em que uma Alemanha anteriormente relutante se viu sob crescente pressão dos Estados Unidos e de outros aliados para autorizar o envio de tanques para a Ucrânia, que há muito solicita tais armas.
Outros países da OTAN, incluindo Polônia, Holanda, Noruega e Espanha, se comprometeram ou estão considerando enviar à Ucrânia tanques Leopard 2. O Reino Unido já disse que enviará seus tanques Challenger 2 para ajudar a ofensiva da Ucrânia no conflito com a Rússia.
Biden manifestou em seus comentários que, no início do dia, conversou com o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, "como parte de nossa estreita coordenação sobre o apoio à Ucrânia".