Algumas cidades chinesas estão atribuindo usos inovadores a antigas cabines de teste de Covid-19, transformando-as em clínicas improvisadas contra febre, farmácias e até mesmo centros de aconselhamento de emprego.
As mudanças seguem a decisão da China de abandonar os requisitos de teste em massa no mês passado, que faziam parte de um esforço abrangente para ajustar as políticas de controle epidemiológico do país, à luz da virulência decrescente das subvariantes Omicron.
As onipresentes cabines de teste costumavam ser compostas por alguns coletores de amostras de ácido nucleico e garantiam testes gratuitos de Covid-19 a uma curta distância para a maioria das residências urbanas.
Como a China reduziu o controle sobre a Covid-19 e reduziu os requisitos de teste para cenários cotidianos, como o uso de transporte público, os estandes começaram a aparecer para venda online.
Os preços variam - desde modestas centenas de yuans (cerca de US$ 50) a dezenas de milhares.
Em Suzhou, um importante destino para trabalhadores migrantes na província de Jiangsu, a cidade reaproveitou algumas das instalações nas proximidades da estação ferroviária central como "estações de serviço", que oferecem consultas de emprego e assistência jurídica para disputas trabalhistas, informou a mídia local na sexta-feira.
Após as férias de uma semana do Festival da Primavera, que terminaram na sexta-feira, dezenas de milhões de migrantes estão retornando às cidades para trabalhar.
A remodelação das cabines de ensaio para outros fins não é novidade.
Pouco antes do Ano Novo Chinês, o governo de Suzhou os transformou temporariamente em lojas de produtos festivos.
No mês passado, os estandes foram também usados como consultórios improvisados e farmácias para lidar com um aumento súbito de pacientes com febre. As cabines de teste transformadas em postos médicos, espalhadas pelas comunidades residenciais, ajudaram a aliviar as tensões nos hospitais locais para que os médicos pudessem se concentrar mais nos pacientes em estado crítico.
Em Jinan, na província de Shandong, Lyu Qiang, um funcionário de bairro, teve a ideia em meados de dezembro de converter o estande de testes local em uma miniclínica. Ele relatou sua ideia a seus superiores e recebeu sinal verde para prosseguir.
No final, 10 dessas cabines em seu bairro foram reprojetadas para servir tal propósito.
Cada cabine foi equipada com computadores, radiadores, impressoras e monitores de pressão arterial, e contava com um médico de cuidados primários e um farmacêutico.
Lyu trabalhou com o governo local para garantir que tivessem medicamentos para reduzir a febre e outros medicamentos comumente usados para a gripe sazonal que eram escassos na época.
De acordo com Lyu, os estandes desempenharam um papel significativo na redução da pressão sobre os hospitais durante o pico de infeções por Covid-19, antes do feriado do Festival da Primavera.
"Cada um recebia cerca de 80 pacientes por dia na época", disse.
Lyu disse que, embora haja poucos visitantes agora, eles decidiram manter o estande para o caso de futuras vagas de Covid-19.
“Não tenho ideia do que faremos com esses estandes no futuro, mas definitivamente desejo que não precisem ser usados para combater pandemias como a Covid-19”, disse ele.
