Depois de tomar o café da manhã em um restaurante tradicional, Zhu Maojin, um residente de 75 anos de um hutong na comunidade de Caochang, em Beijing, começou a alimentar os pássaros selvagens sob o beiral de sua casa, como é habitual na sua rotina.
Nascido e criado no hutong de Caochangsitiao, Zhu vive hoje uma vida confortável, como na infância, apesar de ser, simultaneamente, muito melhor.
"Quando eu era pequeno, íamos a casa do vizinho pedir emprestado coisas como cebola e alho. Era tão simples que nem precisavamos de pedir. Bastava pegar e berrar, 'vou levar esta cebola', e voltávamos a casa", recorda Zhu.
Zhu Maojin, um homem de 75 anos, posa para uma foto em seu pátio, no hutong Caochangsitiao, na comunidade de Caochang, em Beijing, em 1º de julho de 2022. (Diário do Povo Online/Ma Tianyi)
"Os hutongs em Beijing criam um vínculo estreito entre as comunidades. É a única coisa que eu não dispenso", disse Zhu, observando que as interações próximas entre ele e os vizinhos muitas vezes o fazem recordar cenas da infância.
Mais de 900 famílias vivem em habitações tradicionais na comunidade de Caochang, como a família de Zhu. Graças aos projetos de renovação, que visam proporcionar conveniências modernas aos residentes locais em hutongs, preservando a heranças histórica e cultural, todas as famílias da comunidade de Caochang estão vivendo uma vida moderna e conveniente.
A comunidade Caochang está localizada a sudeste da Praça Tian'anmen. A disposição das áreas residenciais da comunidade, que têm hutongs no sentido norte-sul e pátios quadrangulares com portas nos lados oeste e leste, não mudou desde as dinastias Ming e Qing (1368-1911).
Hutong Caochangsitiao, Beijing.
No passado, o hutong onde mora a família de Zhu era pequeno e bagunçado, disse Zhu, acrescentando que os fios elétricos e cabos de fibra ótica costumavam ficar pendurados de forma desordenada e que as pessoas queimavam carvão para cozinhar, o que não era seguro ou amigo do ambiente.
Em 2017, a comunidade de Caochang lançou um projeto para proteger o patrimônio histórico e renovar antigas áreas residenciais. Desde a implementação do projeto, o sistema de águas pluviais foi separado do sistema de esgoto, fios e cabos aéreos foram enterrados no subsolo, os canos de gás natural foram melhorados e banheiros públicos limpos foram instalados, trazendo um novo visual aos hutongs da comunidade. Em 1º de fevereiro de 2019, o presidente chinês Xi Jinping visitou o local para testemunhar as condições de vida dos residentes após as reformas e visitou a família de Zhu. Durante a visita, preparou bolinhos e salgadinhos e conversou com a família de Zhu.
Casa de Zhu Maojin. (Diário do Povo Online/Xu Xiangli)
Os hutongs são representativos das características mais importantes da cultura tradicional de Beijing, disse Xi, enfatizando que a construção e modernização deve combinar esforços para preservar características históricas e culturais nos hutongs, com esforços para ajudar os moradores a desfrutar de uma vida moderna.
"Após a visita do presidente Xi, tivemos muitas ideias e melhoramos ainda mais o ambiente e as condições de nossa comunidade com base em conquistas anteriores", disse Li Zheng, secretário do comitê comunitário de Caochang do Partido Comunista da China (PCCh). .
Atualmente, os hutongs na comunidade de Caochang estão decorados com plantas ornamentais, como ameixeiras em flor, bambu e macieiras chinesas, bem como treliças de uva. Pequenas caixas para dejetos de animais de estimação e lâmpadas noturnas foram também instaladas ao longo dos hutongs para conveniência dos residentes. A comunidade formulou e implementou regras e regulamentos administrativos para regular a triagem de resíduos e os serviços de gestão de propriedades.
Mercado próximo da casa de Zhu Maojin. (Diário do Povo Online/Ma Tianyi)
Em resposta às demandas dos residentes locais e às necessidades dos empreendimentos de proteção da área, a comunidade convidou planejadores de pátios para ajudar a melhorar o enquadramento e a aparência das casas, criando 13 pátios.
Hoje, os hutongs na comunidade de Caochang oferecem às pessoas um ambiente de vida agradável, que ostenta uma combinação de simplicidade intemporal e conveniências modernas.
Com mercados de alimentos frescos, restaurantes, barbearias, além de outros serviços essenciais para a vida cotidiana, localizados a várias centenas de metros de sua casa, Zhu sente-se mais do que satisfeito com sua vida atual.
Lírio kaffir plantado por He Lihua, esposa de Zhu Maojin, no pátio da família no hutong. (Foto cortesia de He Lihua)
Os Hutongs mantiveram as memórias históricas e culturais de Beijing, bem como as memórias da população local de sua cidade natal, algo que os arranha-céus nunca podem alcançar e a razão pela qual a família de Zhu não quer deixar sua antiga casa.
"O meio ambiente é muito importante. Da mesma forma que as plantas prosperam em lugares pequenos como estes, também nós, seres humanos, prosperamos", disse Zhu, comentando o fato de que o lírio kaffir, cultivado por sua esposa, não florescia há décadas, quando viviam em um prédio alto, mas começou a florescer depois que foi transferido para seu pátio no hutong.
