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Seminário discute modernização chinesa e novas oportunidades nas relações sino-brasileiras (3)

Fonte: CRI Português    17.03.2023 09h49
Seminário discute modernização chinesa e novas oportunidades nas relações sino-brasileiras
Presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann
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A capital federal reuniu na quarta-feira (15) autoridades e especialistas em China para debater a modernização chinesa dos últimos anos e as novas oportunidades nas relações sino-brasileiras com os novos governos eleitos recentemente. O evento aconteceu semanas antes da visita oficial do presidente Lula a Pequim.

O seminário contou com a participação do Embaixador Chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, do presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, do diretor do Grupo de Mídia da China na América Latina, Sr. Zhu Boying, do diretor de conteúdo de jornalismo da BAND, Andre Basbaum, do presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, do professor e coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV Rio, Evandro Menezes de Carvalho, e do Secretário da Secretaria-Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Paulo Pereira.

O Embaixador Zhu Qingqiao destacou a modernização chinesa nos últimos anos. Zhu ressaltou que, além de encararmos a modernização como vemos em países ocidentais, é essencial olhar para esse processo dentro da realidade chinesa. “A modernização ao estilo chinês é dotada não apenas de atributos comuns da modernização de outros países, como também de características chinesas baseadas na própria realidade. É uma modernização que serve a uma grande população, que procura a prosperidade comum de todo o povo, que busca um desenvolvimento equilibrado entre a civilização material e a intelectual, que viabiliza a convivência harmoniosa entre o ser humano e a natureza, e que segue o caminho do desenvolvimento pacífico”, disse o Embaixador.

O chefe da diplomacia chinesa no Brasil ressaltou a importância de considerar não apenas um único modelo de modernização no mundo nem um padrão universalmente aplicável de modernização. Para ele, a modernização ao estilo chinês adere a uma concepção de desenvolvimento centrado no povo.

“A China promoverá inabalavelmente o desenvolvimento de alta qualidade, acelerará a estruturação de um novo paradigma de desenvolvimento, implementará de forma profunda a estratégia de revigoramento do país mediante à ciência e à educação, ao fortalecimento do país mediante à formação de talentos, e ao desenvolvimento impulsionado pela inovação. Com isso, vamos alcançar uma melhora qualitativa efetiva e um aumento quantitativo razoável da economia”, destacou.

Um dos pontos abordados no evento foi a cooperação cultural entre os povos por meio da mídia. O seminário contou com a presença de representantes do Grupo de Mídia da China, (CMG, em inglês), e do Grupo Bandeirantes de Comunicação, como o diretor do CMG, Zhu Boying, e o diretor de Conteúdo Jornalismo do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Andre Basbaum. “As mídias chinesas e brasileiras devem trazer ainda mais notícias políticas, econômicas e culturais de ambos os países, a fim de construir pontes de amizade entre os dois povos e contribuir para o desenvolvimento das relações sino-brasileiras”, disse o Diretor do Grupo de Mídia da China na América Latina, Zhu Boying.

No campo econômico, o seminário contou com especialista da área, como o presidente do Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil, Jorge Viana. Viana ressaltou a importância da organização de um evento que discuta relações Brasil-China semanas antes da viagem do presidente Lula à China. O presidente da Apex disse que o Brasil está disposto a trabalhar com a China para promover uma maior cooperação econômica, levando em consideração que país asiático é o principal parceiro econômico do Brasil. Durante a sua apresentação, Jorge Vianna apontou que o Brasil é o sétimo maior fornecedor da China, com destaque para as exportações de commodities.

O coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Evandro Menezes de Carvalho, e o Secretário da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Paulo Pereira, destacaram o processo de modernização da China nos moldes chineses e ensinamentos desse processo ao Brasil.

A professor Evandro ainda falou sobre a necessidade de o Brasil desenvolver um projeto estratégico para o relacionamento com a nação asiática. Ele citou, por exemplo, a iniciativa Cinturão e Rota (BRI, da sigla em inglês), a Nova Rota da Seda.

O presidente do Instituto Lula, Marcio Pochmann, também participou do evento e destacou a oportunidade de reflexão coletiva sobre uma virada de época histórica que favorece o sul global. "Há um desafio para compreender o novo mundo que se desloca do ocidente para o oriente", observou.

A visita do presidente Lula à China no fim deste mês traz expectativas para os dois lados. De acordo com o Embaixador chinês, Zhu Qingqiao, a China promoverá inabalavelmente a abertura ao exterior de alto nível. “Por um lado, vai se desenvolver com mercado e recursos globais e, por outro, estimular o desenvolvimento comum do mundo inteiro. No processo histórico da modernização ao estilo chinês, estamos dispostos a fortalecer a cooperação e avançar juntos com o Brasil”, disse.

O seminário “Modernização Chinesa e As Novas Pportunidades nas Relações Brasil-China”, que recebeu cerca de 100 pessoas, foi organizado pelo Grupo de Mídia da China, pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação e pelo Instituto Lula.


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