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Brasil e China trabalhando juntos para escrever um novo capítulo nas relações bilaterais, diz ex-ministro brasileiro

Fonte: Diário do Povo Online    03.04.2023 10h21

Na sexta-feira (31) teve lugar o simpósio “Reforçando a segurança dos dados”, na Conferência Anual 2023 do Fórum Boao para a Ásia (BFA), em Hainan, no sul da China.

Após a reunião, Alessandro Teixeira, ex-presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e ex-ministro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, disse em uma entrevista ao Diário do Povo Online que o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, compartilham ideias semelhantes na governança do país, ambos insistem em colocar o povo em primeiro lugar e compartilham a mesma visão de desenvolvimento, o que possibilitará um novo capítulo de amizade e cooperação bilateral no futuro.

Brasil e China compartilham mesma visão de desenvolvimento

De acordo com Texeira, a aproximação política entre a China e o Brasil é uma consequência das visões de dois países através dos seus líderes. Eles têm uma visão de que as políticas públicas devem ser centradas nos povos. Os povos têm direito a comer, saúde, educação, e ao desenvolvimento.

"Portanto, tenho certeza que a proximidade política nas visões de mundo e nas visões de objetivos de país fazem o Brasil e a China estar muito próximos de políticas similares e participem da mesma visão em organismos internacionais. Isso é muito importante para o Brasil e para a China, como parceiros comerciais e parceiros políticos", apontou.

Ele mencionou ainda que o Brasil e a China são ambos países populosos e verdadeiramente focados nos direitos da população. Durante o surto da Covid-19, o Brasil e a China cooperaram no desenvolvimento, produção e vacinação, salvando inúmeras vidas e dando uma contribuição significativa para a luta mundial contra a pandemia.

A cooperação entre o Brasil e a China floresceu nas últimas décadas e a relação estratégica entre os dois países desempenhou um papel positivo na promoção do desenvolvimento econômico e social. A este respeito, Teixeira observou que a próxima visita do presidente Lula à China promoverá mais o desenvolvimento das relações entre os dois países.

Brasil e China negociarão em suas próprias moedas

O governo brasileiro anunciou na quarta-feira (29), hora local, um acordo com a China para a realização de transações de comércio bilateral em suas próprias divisas, sem a necessidade de recorrer ao dólar.

Em resposta, Teixeira disse que, embora isto não signifique um abandono total do dólar, é um passo muito importante na relação comercial entre os dois países. A China já estabeleceu tais mecanismos com outras nações, como a Argentina, na América Latina. Este passo melhorará a conveniência das empresas de ambos os países, tornando o comércio mais inclusivo.

Teixeira enfatizou que muitas empresas multinacionais ainda precisam se estabelecer em dólares, pois enfrentam os mercados internacionais e precisam de uma cadeia de fornecimento global. Entretanto, este acordo ajudará muitas pequenas e médias empresas a reduzir o custo de suas transações comerciais através de uma troca direta entre o real e o renminbi.

Durante a missão das autoridades econômicas do Brasil à China, foram designados os dois bancos que tornarão essas operações possíveis: o Bank of Communications BBM e o Banco Industrial e Comercial da China.

Por meio destas duas instituições, os exportadores de ambos lados irão receber em sua moeda os pagamentos realizados na moeda do país de origem, um passo que permite concretizar um princípio de acordo selado no final de janeiro, lembrou no fórum de Beijing a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda brasileiro, Tatiana Rosito, citada pela imprensa.

Iniciativa do Cinturão e Rota não é um "meio", mas uma "oportunidade"

O Fórum Boao para a Ásia defende o multilateralismo e, no contexto a recuperação econômica geral, é ainda mais importante que os países trabalhem juntos. O simpósio “Cinturão e Rota: Compartilhando Oportunidades de Desenvolvimento” foi também mencionado no fórum, tendo Teixeira comentado sobre a iniciativa: “gostaria de dizer que o 'Cinturão e Rota' é um poderoso mecanismo de cooperação internacional. Não é apenas um projeto, é um mecanismo de cooperação internacional. Não é apenas um meio, é uma oportunidade. A China não é o único país que se beneficia disso, os outros países também desfrutam de oportunidades de desenvolvimento".

Teixeira indicou ainda que o investimento financeiro da China na Iniciativa do Cinturão e Rota proporcionou benefícios tangíveis para os países participantes, tendo a China compartilhado ativamente sua experiência de modernização com o mundo.

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