A visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à China é um marco importante na história das relações sino-brasileiras, disse na quinta-feira Wang Yi, diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh).
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do PCCh, proferiu tais declarações ao se reunir com Celso Amorim, principal assessor especial do presidente brasileiro, em Beijing.
Como o mundo enfrenta desafios inéditos em um século, a próxima reunião estratégica entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente brasileiro Lula terá impacto mundial e traçará um novo plano para o desenvolvimento das relações bilaterais, enfatizou o diplomata chinês.
A China sempre desenvolveu as relações bilaterais sino-brasileiras a partir de uma perspetiva estratégica, disse Wang.
Observando que a parceria estratégica abrangente entre os dois países tem ampla margem de evolução, Wang destacou que "como maiores países em desenvolvimento nos hemisférios oriental e ocidental", a China e o Brasil seguem o caminho do desenvolvimento à luz de sua condição nacional e perseguem uma política externa independente, opondo-se à interferência nos assuntos internos de outros países e ao unilateralismo.
Observando que este ano é assinalado o 10º aniversário da Iniciativa do Cinturão e Rota, Wang disse que a China está disposta a fortalecer a comunicação estratégica e aprofundar a cooperação do BRICS com o Brasil, promover a expansão dos países do BRICS, aumentar o impacto do mecanismo do BRICS e contribuir para a promoção da mudança do sistema de governança global.
Por sua vez, Amorim disse que enquanto o mundo enfrenta desafios globais como a pandemia e as mudanças climáticas, os países em desenvolvimento deveriam estar mais unidos e cooperar mais do que nunca.
Observando que a China está desempenhando um papel cada vez mais importante nos assuntos globais, em particular ao promover recentemente o diálogo saudita-iraniano em Beijing, Amorim disse que a China deu um contributo para a paz mundial.
Os dois lados trocaram também pontos de vista sobre questões internacionais e regionais de interesse comum.