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Presidente Lula: “Espero ter uma relação extraordinária com a China nesse meu terceiro mandato”

Fonte: Diário do Povo Online    16.04.2023 10h35

No decorrer de sua visita à China, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo de Mídia da China(CMG, na sigla em inglês) onde abordou as relações bilaterais Brasil-China e outras questões de interesse comum.

O presidente brasileiro começou por listar “vários interesses nessa visita à China”, entre os quais constam uma parceria estratégica duradoura, o reforço da relação científica, tecnológica e acadêmica, a cooperação espacial, a atração de investimento chinês para o Brasil e a questão do conflito na Ucrânia.

Sobre os BRICS, Lula destacou que, no seu conjunto, o bloco conta com “metade da população mundial” e um “potencial econômico e comercial muito expressivos”.

O presidente brasileiro saudou a liderança de Dilma Rousseff à frente do Banco dos BRICS, alertando que “temos que trabalhar com muita tranquilidade, sem atropelos e não cometer erro nenhum para que o banco dos BRICS seja uma referência muito importante para os países em vias de desenvolvimento”.

Sobre a ordem global, Lula foi contundente ao afirmar que “a geopolítica mundial mudou”. Para o presidente brasileiro, é necessária “uma governança global mais forte, sobretudo quando se trata de discutir dois temas: a paz e a questão climática”. Para isso, prossegue, os países do sul têm de passar a ter mais voz na tomada de decisão.

No que diz respeito ao papel que a China desempenha no mundo, Lula ressalta o percurso do país nos últimos 50 anos e refere que “a existência da China, tal como ela é, é necessária ao mundo de hoje”.

“Porque o mundo não tem só um lado. A gente não tem que ficar só olhando uma voz, ou um país. Agora a China aparece no cenário mundial não falando de guerra, mas falando em desenvolvimento. Falando de investimento em educação (...) Competindo com aqueles que eram campeões. Isso é muito importante e saudável para o mundo”, afirmou.

“Então a gente não tem que ficar com ciúme da China. A gente tem que acreditar que outros países deveriam fazer o que a China está fazendo, porque assim o mundo fica melhor. Então eu acho que os chineses hoje representam um certo equilíbrio no debate econômico mundial, no avanço científico mundial”, ressaltou.

Lula, lembrando o tempo em que a economia brasileira tinha um melhor desempenho que a chinesa, chamou a atenção para a “capacidade que os chineses tiveram de estabelecer um modelo de crescimento sem abrir mão da concepção ideológica, da concepção de organização partidária que eles acreditavam”, e que o crescimento das últimas décadas resultou de “muita maturidade política”.

“É importante a gente saber o que é que foi feito, como foi feito e porque é que deu certo”, disse.

No plano bilateral, Lula deixou o apelo à China: “Quero que participe de um jeito construtivo, de um jeito de construção de parceria, que os nossos empresários sejam sócios dos empresários chineses, que os empresários chineses possam produzir no Brasil. É assim que a gente constrói uma parceria”.

No final, Lula teve ainda tempo de surpreender o entrevistador, afirmando que acompanha os jogos de futebol do campeonato chinês que passam na televisão brasileira, justificando que muitos atletas brasileiros atuam atualmente no país.

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