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Não haverá fim para frenesi de espionagem dos EUA se sua hegemonia continuar descontrolada

Fonte: Diário do Povo Online    20.04.2023 16h17

Tal como um polvo, a comunidade de inteligência dos EUA há muito estendeu seus tentáculos nas Nações Unidas (ONU) por meio de espionagem. O frenesi de espionagem de Washington certamente não conhece limites.

A ONU expressou preocupação perante relatos de que Washington espionou o secretário-geral da ONU, António Guterres, e outros altos funcionários da organização, segundo o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, na terça-feira, de acordo com relatos da mídia.

"Deixamos claro que tais ações são inconsistentes com as obrigações dos EUA, conforme enumeradas na Carta da ONU e na Convenção sobre Privilégios e Imunidades da ONU", disse Dujarric.

A BBC informou na semana passada que Washington estava monitorando Guterres de perto, e alguns documentos classificados vazados contêm conversas privadas do chefe da ONU com sua vice-secretária-geral, Amina Mohammed. Dujarric respondeu em 13 de abril que Guterres "não estava surpreso" por ter sido espionado.

A CNN afirmou na terça-feira que a ONU emitiu uma "rara repreensão" aos EUA sobre documentos vazados. Tal "raridade", juntamente com a resignação implícita na atitude do secretário-geral da ONU, prova uma terrível realidade: a espionagem de Washington tornou-se tão comum que os funcionários da ONU basicamente não podem fazer nada a esse respeito, particularmente em meio à superioridade de Washington em tecnologias de informação (TI) e ao vandalismo constante, através da sua postura hegemônica.

O que definitivamente não é raro são relatórios e documentos que revelam a vigilância dos EUA sobre a ONU. O Guardian apontou em um artigo de 2010 que os diplomatas dos EUA foram instruídos a espionar os líderes da ONU, incluindo o ex-secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon e os representantes dos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. De acordo com alguns documentos confidenciais vazados em 2013, a Agência de Segurança Nacional dos EUA estava espionando videoconferências de diplomatas da ONU.

Funcionários da ONU condenaram alguns desses incidentes, mas é evidente que Washington não tem intenção de interromper sua espionagem. O observador militar chinês, Wang Qiang, disse ao Global Times que, em comparação com países soberanos, organizações internacionais como a ONU não têm soberania alguma, o que coloca a ONU em uma posição vulnerável à vigilância dos EUA. Nesse caso, de pouco adianta a organização fazer qualquer reclamação.

Ao longo dos anos, Washington aumentou sua escuta de outros por causa de supostas preocupações com sua própria segurança nacional. Aos seus olhos, a espionagem pode ser realizada independentemente do objeto e da intenção, desde que seja do interesse dos militares dos EUA e da comunidade de inteligência.

As agências de inteligência dos EUA há muito se tornaram um câncer para a comunidade internacional. Por um lado, servem a hegemonia dos EUA, usando inteligência para reprimir alegados adversários e inimigos. Além disso, usam informações adquiridas para chantagear politicamente outros países. Agem como uma máfia sem limites éticos.

Wang disse que, enquanto um país busca uma segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, não há necessidade de espionar os outros.

Atualmente, é tecnicamente difícil impedir que os EUA espionem. Sem dúvida, Washington ainda domina o setor de TI do mundo, a principal estrutura do sistema de informação global e muitos dos produtos de TI mais populares são dos EUA. Além disso, os EUA têm como alvo serviços e produtos fornecidos por empresas de outros países, incluindo a gigante chinesa de tecnologia Huawei, e instam seus aliados a substituí-los por opções "mais seguras" que estão, de fato, intimamente ligadas a si próprios. Tendo os países ao redor do mundo adotado amplamente a tecnologia dos EUA, como podem escapar do destino de serem monitorados por Washington?

Song Zhongping, um especialista militar chinês e comentarista de TV, acredita que é um primeiro passo importante para as pessoas que desejam se livrar da espionagem dos EUA escolherem equipamentos e dispositivos não baseados em tecnologia norte-americana.

Ao mesmo tempo, ele observou que a comunidade internacional não deve permitir que o império de vigilância dos EUA fique descontrolado. Em vez disso, é preciso levantar uma voz unificada para resistir a tal comportamento hegemônico de Washington.

"Se os países se comportarem com indiferença em relação à espionagem dos EUA, como alguns fazem, inevitavelmente se tornarão peões e cúmplices dos EUA", disse Song.

No entanto, a raiz desse problema está na hegemonia dos Estados Unidos. A única vez que estaremos livres da vigilância dos EUA é quando o sistema hegemônico do país entrar em colapso total. Mas Washington está tão acostumado a agir desse modo que mudar sua mentalidade e comportamento é quase impossível.

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