Beijing confirmou na quarta-feira que os repórteres chineses "há muito tempo são tratados de forma injusta e discriminatória na Índia" e que as contra-medidas que a China tomou pelos direitos e interesses legítimos da mídia chinesa são "adequadas".
Em uma entrevista coletiva diária em Beijing, um repórter, ao fazer uma pergunta à porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, citou relatos da mídia de que a China e a Índia estão expulsando mutuamente jornalistas de seus países, recusando a renovação de seus vistos.
Em resposta, Mao disse que, perante a repressão prolongada e irracional do lado indiano, Beijing "teve de tomar contramedidas para garantir os direitos e interesses legítimos da mídia chinesa".
"O que posso dizer é que, por muito tempo, os trabalhadores da mídia chinesa são tratados de forma injusta e discriminatória na Índia", disse Mao.
Ao elaborar os detalhes do tratamento discriminatório de Nova Deli, Mao observou que, em 2017, a Índia encurtou o período de validade do visto de jornalistas chineses na Índia para três meses ou mesmo um mês, sem dar qualquer motivo.
Desde 2020, o lado indiano se recusa a aprovar pedidos de jornalistas chineses para residência de longo prazo na Índia.
Para piorar, em dezembro de 2021, a Índia pediu aos correspondentes do China Media Group que deixassem o país em 10 dias, quando tinham ainda dois meses de validade de visto e seis meses restantes de mandato, sendo que, até agora, o lado indiano não apresentou nenhum motivo válido, afirmou.
Recentemente, a Índia recusou-se a prorrogar o visto do único correspondente do CMG na Índia, obrigando-o a deixar o país, e "expirou também o visto do último jornalista chinês radicado na Índia", disse Mao.
A porta-voz enfatizou que "a China continua disposta a manter a comunicação com o lado indiano com base no princípio de respeito mútuo, igualdade e benefícios mútuos".
"A China espera também que o lado indiano avance em direção ao mesmo objetivo que a China, responda seriamente às nossas preocupações legítimas e tome ações tangíveis o mais rápido possível, de modo a criar condições favoráveis para a retomada das trocas regulares de jornalistas entre os dois países", afirmou.
Em resposta a uma pergunta que buscava a confirmação se a China se recusa a renovar vistos para jornalistas indianos na China como contramedida, Mao disse que Beijing tem "proporcionado assistência e conveniência aos jornalistas indianos que trabalham e vivem na China" e "estamos disponíveis para continuar a fazê-lo".
"Mas isso depende do lado indiano se mover em direção ao mesmo objetivo que a China e oferecer a mesma conveniência e assistência aos jornalistas chineses na Índia", acrescentou Mao.
Ela observou ainda que alguns jornalistas indianos trabalham e moram na China há mais de 10 anos.