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Banco Central do Brasil admite que pode iniciar corte de juros em agosto

Fonte: Xinhua    28.06.2023 13h30

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil admitiu na terça-feira que a queda contínua da inflação e seu impacto nas expectativas poderiam possibilitar um corte na taxa básica de juros Selic em princípios de agosto.

A informação está incluída na ata da última reunião, realizada na semana passada, na qual a Selic se manteve estável em 13,75% ao ano, seu nível mais alto em seis anos e meio, desde princípios de agosto de 2022.

De acordo com os analistas do mercado financeiro, a previsão para o índice de inflação este ano é de 5,06% e de 3,98% para 2024, em ambos os casos, com 1,50 ponto percentual de tolerância.

"A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", prevista para inícios de agosto, afirmou a ata.

Nas últimas semanas, o mercado e analistas aumentaram as apostas de que a Selic vai baixar a partir de agosto.

Não obstante, o BC acrescentou que outros membros do Copom, embora em minoria, se mostraram mais cautelosos ao avaliar que a dinâmica descendente da inflação "ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto (capacidade de a economia crescer sem gerar inflação) gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário (alta dos juros) até então implementado".

"Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas (projeções de inflação do mercado para os próximos anos em linha com as metas) e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo", informou a instituição.

Por fim, o Banco Central informou que houve unanimidade entre todos os integrantes do Copom ao concordar que os "passos futuros da política monetária" -- definição do juro para conter a inflação -- dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, especialmente dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica.

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