Mais de uma década depois de ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, Mo Yan cruzou outro marco em sua carreira com a publicação de seu mais recente drama, "Crocodilo".
A peça, publicada pela Editora de Literatura e Arte de Zhejiang, com sede em Hangzhou, é dividida em quatro atos e nove cenas, consistindo em cerca de 100.000 palavras chinesas.
Seu enredo gira em torno do protagonista, Shan Wudan, e de um crocodilo que recebeu como presente em seu aniversário. Shan continuou substituindo o aquário durante 10 anos, dando ao réptil mais espaço para crescer, até se tornar um gigante de quatro metros de comprimento.
O crocodilo é um símbolo do desejo humano e da complexidade da natureza humana, disse o escritor. "O desejo é a motivação que faz com que todas as coisas se multipliquem, e o diabo que destrói todas as coisas. Torna tudo bonito, mas produz todos os males também", escreveu na obra.
O entusiasmo de Mo pelo drama não é novo. Seu romance inédito, "Divórcio", foi originalmente escrito como um roteiro dramático. Ele também escreveu peças premiadas, incluindo "Nosso Assassino Jing Ke" e "Adeus, Minha Concubina".
Antes de seu prêmio Nobel em 2012, Mo era mais conhecido por "Sorgo Vermelho", uma novela ambientada em 1939, durante a guerra da China contra os japoneses invasores.
Em 1987, a história foi adaptada para um filme dirigido por Zhang Yimou e provou-se um sucesso ainda maior. O longa metragem ganhou o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim e foi o primeiro do continente chinês a obter fama internacional.
O nome Mo Yan, que significa "Não fale", é um pseudônimo. Seu nome verdadeiro é Guan Moye.