O benefício mútuo é a essência das relações econômicas sino-americanas. O fortalecimento da cooperação deve ser o caminho a seguir para ambos os lados, disse o Ministério das Finanças da China na segunda-feira, depois que a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, ter concluído sua visita oficial de quatro dias à China no domingo.

Enquanto maior país em desenvolvimento e maior país desenvolvido do mundo, a China e os Estados Unidos, respectivamente, desfrutam de alta complementaridade econômica, fortes laços comerciais e grandes interesses comuns, sendo que podem beneficiar do crescimento um do outro, avançou o ministério, em resposta a perguntas da mídia sobre a visita de Yellen.

O desenvolvimento da China é uma oportunidade e não um desafio, um ganho e não um risco para os EUA, disse o ministério.

O lado norte-americano disse que não busca o desacoplamento da China e que a dissociação das duas maiores economias do mundo seria algo desastroso para ambos os países e traria instabilidade ao mundo. Os EUA não têm intenção de forçar outros países a escolher lados e fragmentar a economia mundial, refere o comunicado.

Nos últimos anos, no entanto, os EUA introduziram várias sanções econômicas e medidas repressivas contra a China, as quais puseram em causa os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas, comprometendo o apoio popular às relações bilaterais, disse o Ministério das Finanças da China.

A China reiterou suas preocupações com as sanções dos EUA e exige que os EUA eliminem os aumentos de tarifas sobre a China, cessem a supressão das empresas chinesas, garantam um tratamento justo aos investimentos bidirecionais, relaxem os controles às exportações da China e suspendam a proibição de produtos relacionados à Região Autônoma Uigur de Xinjiang, apontou o ministério.

A China apelou ainda que os EUA tomassem medidas concretas em resposta às principais preocupações da China sobre as relações econômicas bilaterais.

O ministério salientou a necessidade de manter relações econômicas bilaterais sólidas, pois elas são imperativas para a garantia do respeito pelos direitos e interesses legítimos de desenvolvimento de cada um e da concorrência saudável, de acordo com os princípios da economia de mercado e as regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio.

A China e os EUA devem buscar consensos sobre questões importantes nos campos econômicos bilaterais, por meio de trocas francas para injetar estabilidade e energia positiva em suas relações econômicas, referiu o ministério.

A viagem de Yellen seguiu-se a outra visita de destaque a Beijing, em junho, do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken – o funcionário de mais alto escalão de Washington a visitar a China desde que o presidente Joe Biden assumiu o cargo em 20 de janeiro de 2021.

Xu Bu, presidente do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse que as sucessivas visitas à China de altos funcionários dos EUA indicam que ambos os lados estão explorando a forma mais adequada de se relacionarem em um cenário internacional de mudança.

Não só os problemas enfrentados pelos dois países não podem ser resolvidos da noite para o dia, como também melhorias dramáticas nas relações gerais entre a China e os Estados Unidos não podem ser feitas em um piscar de olhos", disse Xu, acrescentando que as visitas oficiais, no entanto, significam um passo positivo no sentido de manter comunicações regulares e aprimorar a cooperação.

Encarando o futuro, serão necessários maiores esforços para restaurar as cada vez mais frágeis relações entre a China e os Estados Unidos, avançar na cooperação econômica e comercial, e alcançar uma cooperação de benefício mútuo com base no respeito mútuo e na convivência pacífica", afirmou.