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Ciberespaço não deve ser novo campo de batalha para cortina de ferro digital, diz Wang Yi

Fonte: Xinhua    25.07.2023 13h04

O ciberespaço deve ser um grande palco onde uma centena de flores florescem, não um novo campo de batalha para se envolver em uma cortina de ferro digital, disse Wang Yi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) nesta segunda-feira.

Wang, também diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do PCCh, deu as declarações ao participar da 13ª Reunião de Conselheiros de Segurança Nacional e Altos Representantes de Segurança Nacional do BRICS em Joanesburgo, na África do Sul, que começou na segunda-feira.

BRICS é um acrônimo para cinco economias emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Wang apontou que a segurança cibernética é um pilar importante da segurança nacional. "Diante de desafios comuns, devemos fortalecer a comunicação estratégica, esclarecer a direção da cooperação e salvaguardar os interesses comuns".

Ele apresentou quatro sugestões para manter a segurança cibernética:

Em primeiro lugar, Wang apelou à construção de um ciberespaço justo e razoável. O futuro do ciberespaço deve ser criado conjuntamente por todos os países e a segurança dele deve ser salvaguardada também por todos os países. É necessário praticar o verdadeiro multilateralismo, apoiar as Nações Unidas no desempenho de um papel central na governança global de ciberespaço, ouvir plenamente as preocupações legítimas dos países em desenvolvimento, estabelecer regras internacionais justas e razoáveis e melhorar o sistema de governança de internet democrático e transparente.

Em segundo lugar, ele pediu a construção de um ciberespaço aberto e inclusivo. A vida da rede está na interconexão e o núcleo está na abertura. O ciberespaço deve ser um "grande palco" onde uma variedade de flores floresce, não um "novo campo de batalha" para uma cortina de ferro digital. É necessário aderir à equidade e à justiça, opor-se a qualquer forma de hegemonia científica e tecnológica e à hegemonia cibernética e permitir que todas as partes façam o seu melhor e obtenham o que precisam em um ciberespaço aberto e inclusivo.

Em terceiro lugar, Wang apelou à construção de um ciberespaço seguro e estável. É necessário respeitar os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e respeitar o caminho de desenvolvimento de rede e o modo de gestão escolhidos independentemente por cada país, praticar o conceito de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, defender o uso pacífico do ciberespaço, resistir resolutamente à corrida armamentista cibernética, opor-se às tentativas de usar o ciberespaço para realizar "revoluções coloridas".

Em quarto lugar, ele pediu a construção de um ciberespaço vibrante. É necessário coordenar o desenvolvimento e a segurança e aderir a políticas "orientadas para as pessoas" e de "inteligência para o bem" para garantir a segurança nacional e os interesses públicos, aproveitando as oportunidades digitais, superando a disparidade digital e compartilhando o dividendo digital, garantindo a abertura, a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais para informação e comunicação, a fim de estimular o potencial e a vitalidade da cooperação internacional no ciberespaço.

Wang Yi também enfatizou que a China atribui grande importância à questão da segurança cibernética, participando ativamente da governança de rede global, fazendo sua contribuição para manter a segurança global de dados e redes. A nação está disposta a fortalecer os intercâmbios e aprofundar a cooperação com países de mercados emergentes e em desenvolvimento, e fazer esforços contínuos para promover a reforma do sistema de governança cibernética global e construir uma comunidade com um futuro compartilhado no ciberespaço.

A reunião de dois dias, com o tema "A segurança cibernética está se tornando cada vez mais um desafio para os países em desenvolvimento", conta com a presença da ministra da Presidência da África do Sul, Khumbudzo Ntshavheni; do assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil, Celso Luiz Nunes Amorim; do secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Nikolai Patrushev; do conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Ajit Doval; e dos representantes de Belarus, Irã, Arábia Saudita, Egito, Burundi, Emirados Árabes Unidos, Cazaquistão, Cuba e outros países.

Todas as partes participantes disseram que, com o rápido desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, a importância de manter a segurança cibernética tornou-se cada vez mais proeminente.

A comunidade internacional deve fortalecer e regular o uso das tecnologias de informação e comunicação, combater conjuntamente o crime cibernético, promover a conectividade, reduzir a disparidade digital, fortalecer a cooperação internacional em inovação tecnológica e promover o desenvolvimento econômico e social de todos os países.

O sistema de governança de rede global deve ser reformado e melhorado para aumentar a representação e a voz dos países em desenvolvimento. Os países do BRICS e os "Amigos do BRICS" devem trabalhar juntos para enfrentar os desafios de segurança tradicionais e não tradicionais, como a segurança cibernética, criar um ambiente internacional mutuamente benéfico, inclusivo e seguro, alcançar a segurança e o desenvolvimento comuns e promover a paz e a prosperidade globais.

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