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Especialista brasileiro: China tem papel fundamental para os interesses dos países em desenvolvimento

Fonte: Xinhua    27.07.2023 08h16

A República Popular da China tem um papel muito importante para os interesses dos países em desenvolvimento, aos quais oferece grandes oportunidades e representa a possibilidade da emergência de uma nova ordem internacional, fundamentalmente Sul-Sul, de cooperação pacífica.

A declaração foi feita pelo professor Demian Castro, coordenador do Centro de Estudos Brasil-China da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em entrevista à Xinhua sobre o cenário mundial do ponto de vista dos países em desenvolvimento e sua relação com a nação asiática.

"A China tem uma perspectiva diplomática diferente do Ocidente, que não a entende muito ou não quer entendê-la. A China acredita ser necessário que todos ganhem", comentou.

"Acredito que a China é uma embaixadora muito importante para estar na vanguarda de uma nova ordem econômica internacional, fundamentalmente Sul-Sul, onde todos ganhem", acrescentou.

Castro lembrou a tarefa histórica levada adiante pela República Popular da China para construir seu próprio processo de desenvolvimento, em especial a partir do início da abertura econômica no final dos anos 70, o que possibilitou também estabelecer relações com todos os países e regiões do mundo.

Segundo Demian Castro, na América Latina há um processo marcado não só pelas diversas conjunturas políticas, como também por se tratar de uma área de influência direta dos Estados Unidos, interessados nos recursos naturais da região. E a presença da China limita essas pretensões.

Um aspecto fundamental para as perspectivas dos países em desenvolvimento é a capacidade da China na área de infraestrutura.

"Há uma grande oportunidade nesses momentos para o desenvolvimento de infraestrutura, que é uma das carências mais importantes dos países em desenvolvimento. Existem instrumentos financeiros para isso, então, trata-se de vencer os obstáculos políticos para avançar neste campo," avaliou.

Para o professor Castro, o capitalismo está atravessando uma crise profunda e a institucionalidade existente - Nações Unidas, FMI, Banco Mundial - já não cumpre as funções que tinha no passado.

"O papel da China é muito importante agora. A crise pode trazer janelas de oportunidade para que se abra um ciclo de crescimento para os países em desenvolvimento com apoio da China e que esses países possam atravessar a crise capitalista de um modo menos ruim do que os países desenvolvidos", ressaltou.

Para ele, o fundamental é entender que a China representa hoje uma "espécie de oásis" para muitos países.

A narrativa chinesa é completamente diferente, ressaltou, posto que a China não tem um histórico de agressão ou de invasão de países, o que a faz se apresentar como uma alternativa pacífica para o século 21.

Para o professor Castro, o mundo está atravessando um processo de transição histórica, com grandes mudanças econômicas, sociais e culturais, com um final em aberto.

"A China propõe uma diplomacia diferente e inédita na história da humanidade, que é uma diplomacia ganha-ganha, e abre uma série de possibilidades gigantescas para os países em desenvolvimento", resumiu.

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