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Empresa chinesa estima entrega de máquina de litografia de 28 nm no final do ano

Fonte: Diário do Povo Online    02.08.2023 14h44

A China supostamente lançará sua primeira máquina de litografia de 28 nanômetros no final do ano, representando um grande avanço para a indústria de chips do país, após anos de supressão e contenção liderada pelos EUA.

De acordo com o Securities Daily, o Shanghai Micro Electronics Equipment Group (SMEE) está comprometido com o desenvolvimento de uma máquina de litografia de imersão de 28 nm. Espera-se que a primeira máquina de litografia SSA/800-10W, produzida domesticamente, seja disponível para comercialização até o final de 2023.

Será um grande avanço para a indústria e serão produzidos chips caseiros que atendam aos requisitos dos dispositivos comumente usados, disse Zhang Hong, analista da indústria de semicondutores com sede em Beijing, ao jornal Global Times na terça-feira.

Fundada em 2002, a SMEE é uma das principais fabricantes de máquinas de litografia da China e responde por cerca de 80 por cento do mercado doméstico, segundo fontes da indústria. A Reuters descreveu a empresa como a única potencial concorrente da China contra a ASML, fabricante líder mundial de máquinas de litografia, da Holanda.

O site da SMEE observou que o grupo desenvolveu máquinas capazes de fabricar chips no padrão de nó de 90 nm - uma tecnologia adequada para a produção de chips de baixo custo.

He Rongming, vice-presidente da SMEE, disse que, em 2002, quando especialistas chineses foram ao exterior para realizar inspeções, alguns engenheiros estrangeiros afirmaram : "Mesmo que vos déssemos todos os projetos, vocês não teriam a capacidade de produzir uma máquina de litografia", de acordo com o Relatório diário de títulos.

Depois de retornar à China, ele liderou a equipe em cinco anos de pesquisa e desenvolvimento, sendo que a equipe alcançou um grande avanço no processo crucial de exposição.

A conquista relatada ocorre em um momento crítico em que os EUA persuadiram seus aliados, incluindo o Japão e a Holanda, a se unirem em seu esforço para conter o crescimento do setor de tecnologia da China, embora isso signifique perdas econômicas consideráveis para as empresas dos dois países.

O Japão anunciou no final de março um projeto de revisão de uma portaria do ministério sobre sua Lei de Câmbio e Comércio Exterior, acrescentando 23 itens de fabricação de chips que exigiriam a aprovação do governo para serem exportados. A regra entrou em vigor em 23 de julho.

O governo holandês anunciou uma ordem ministerial no início de julho para restringir exportações de certos equipamentos avançados de semicondutores. Os controles de exportação entrarão em vigor em 1º de setembro.

Para enfrentar a repressão liderada pelos EUA, as empresas chinesas foram forçadas a fabricar suas próprias ferramentas, disse um participante do setor ao Global Times sob condição de anonimato, na terça-feira.

Como a maioria das empresas está cada vez mais inclinada a adotar produtos nacionais, formou-se um ciclo virtuoso no setor.

Por exemplo, um chip importado custa 20 yuans (US$ 2,8), enquanto a substituição doméstica custa até 200 yuans. Mesmo com um preço mais alto, muitas empresas chinesas preferem usar chips nacionais para mitigar os riscos do mercado. À medida que a demanda por chips nacionais aumenta significativamente, seus preços cairão e seus desempenhos melhorarão com o tempo.

A fonte refere que as principais empresas do setor liderarão os esforços de substituição doméstica e oferecerão suporte tecnológico a seus clientes.

"O progresso da substituição doméstica, que dura já por cerca de quatro anos, foi muito mais rápido do que esperávamos", disse o inquirido.

Em 15 de novembro de 2022, a Administração Nacional de Propriedade Intelectual divulgou uma nova patente inovadora da Huawei, intitulada "espelho reflexivo, aparelho de litografia e método de controle", representando um avanço significativo na tecnologia central de máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV).

A segunda fase do Fundo Nacional de Investimento da Indústria de Circuitos Integrados Co, também conhecido como "Big Fund II", investiu massivamente na fabricação de semicondutores, equipamentos e materiais relacionados e desenvolvimento de software da China.

"Mas a evolução da tecnologia precisa de anos de pesquisa e desenvolvimento consistentes, e precisamos ser pacientes e firmes", disse Zhang Hong.

Zhang apontou ainda que a produção de chips não é algo que um país possa fazer sozinho, e que a China deve buscar a cooperação com aqueles que defendem a globalização.

A mais avançada máquina de litografia EUV tem mais de 450.000 componentes, excedendo o número de peças em um carro de corrida de F1 em mais de 20 vezes, de acordo com o Securities Daily.

Mesmo a ASML, que detém uma posição dominante na fabricação de máquinas de litografia EUV do mundo, produz apenas 15 por cento do total de componentes. O restante deve ser obtido da cadeia de suprimentos global.

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