Um grupo de 30 industriais brasileiros viajou para a África do Sul a fim de participar de encontros com empresários de outros países que integram o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no marco da XV Cúpula do bloco, que se celebra esta semana no país africano.
Além de intensificar os contatos e negócios com a China, maior parceiro comercial do Brasil, os empresários brasileiros querem aproveitar as oportunidades oferecidas pelos outros três países do bloco, especialmente, a Índia.
"A Índia deverá apresentar um desenvolvimento econômico e um crescimento bastante vigoroso nos próximos anos. Seria muito interessante que pudéssemos compartilhar desse crescimento e tivéssemos uma maior amplitude, não só comercial, como também de investimentos mútuos. Já temos muitas indústrias que estão localizadas dentro da Índia", afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, em declarações à Agência Brasil.
"Certamente, com este novo nível de crescimento econômico deverão surgir muitas oportunidades", acrescentou Alban, que lidera o grupo de industriais brasileiros na África do Sul.
Segundo ele, há oportunidades também a serem exploradas na Rússia e na África do Sul.
"Com a Rússia, temos muita sinergia no que se refere ao agronegócio na área de fertilizantes. Temos que interagir mais para desenvolver novas tecnologias nesse setor.
Com relação à África do Sul, há uma longa estrada para o desenvolvimento econômico. É uma porta de entrada que vai nos servir de base para este novo momento, de que falamos no Brasil, de neoindustrialização, a indústria do amanhã", comentou.
Segundo o presidente da CNI, o país necessita estar na vanguarda da economia verde.
"Nesse momento, que todos nós falamos de neoindustrialização, temos que aproveitar essa nova demanda do mundo. O mundo vai buscar uma economia verde e, dentro dessa economia verde, o mundo vai cobrar produtos fabricados de forma sustentável. Podemos nos converter em um país de exportação de 'commodities' de energia sustentável. Temos que descarbonizar nossas indústrias e torná-las sustentáveis, para, aí sim, sair na frente na colocação de produtos manufaturados efetivamente verdes", acrescentou.
Alban ressaltou ainda que o diálogo e a interação com os BRICS é crucial, já que seus integrantes representam 42% da população mundial (3,2 bilhões) e 25% do PIB mundial (US$ 25,8 trilhões). Além disso, esses países possuem recursos naturais abundantes, com grandes reservas de produtos como petróleo, gás natural, minério de ferro e água, bem como milhões de hectares de terra cultivável.