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Floresta amazónica será sede final de concurso mundial científico que busca mapear a biodiversidade tropical

Fonte: Xinhua    28.08.2023 08h37

A floresta amazónica brasileira será a sede final do XPRIZE Rainforest, concurso mundial que fomenta o desenvolvimento de novas tecnologias para mapeamento da biodiversidade das florestas tropicais em todo o mundo e no qual participaram durante quatro anos 100 grupos de cientistas de 40 países, anunciou o governo brasileiro na última sexta-feira.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Industria, Comercio e Serviços, Geraldo Alckmin, o vice-presidente executivo de biodiversidade e preservação do XPRIZE, Peter Houlihan, e a presidente do Instituto Alana, Ana Lúcia Villela, se reuniram na sexta-feira em Brasília para assinar o acordo sobre o concurso, que se realizará em meados do próximo ano na Amazônia.

Financiado pelo Instituto Alana, o XPRIZE Rainforest dará 10 milhões de dólares aos vencedores. Na fase final, os competidores terão que inspecionar 100 hectares de floresta amazônica em 24 horas e informar as descobertas mais importantes realizadas em tempo real, em um prazo de 48 horas.

O objetivo será demonstrar a escalabilidade e maximizar o rendimento tanto no estudo da biodiversidade como na apresentação de soluções compatíveis com os desafios de uma floresta tropical densa e úmida.

Na primeira fase, realizada em Singapura em junho de 2022, foram selecionadas seis equipes, entre elas uma do Brasil: a Equipe Brasileira de Piracicaba (São Paulo), que desenvolveu uma tecnologia envolvendo drones, arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental para avaliação. Além da brasileira, há equipes da Suíça, Espanha e três dos Estados Unidos.

O XPRIZE Rainforest é uma competição de cinco anos que tem por objetivo estimular as equipes a desenvolverem tecnologias autônomas para a avaliação da biodiversidade com o intuito de melhorar a compreensão dos ecossistemas da floresta tropical.

"É maravilhoso. Não há nada mais relevante do que uma disputa sobre tecnologia para a biodiversidade das florestas, uma disputa saudável, de grande interesse público", afirmou o vice-presidente brasileiro Alckmin.

As descobertas das equipes, especialmente as das três que ficarem nos três primeiros lugares, beneficiarão não só o Brasil, que possui a maior floresta tropical do mundo, como também outros nove países da América Latina, África e Ásia que têm florestas tropicais e que terão a possibilidade de aplicar as descobertas na preservação da biodiversidade em outros biomas.

Até agora, os pesquisadores de todo o mundo identificaram cerca de 1,5 milhão de espécies presentes nas florestas tropicais, mas alguns estudos estimam que convivemos com outros 9 milhões de tipos de fauna e flora que ainda desconhecemos.

Além disso, o mapeamento permite fazer um acompanhamento eficaz da luta contra a perda da biodiversidade, uma das principais ameaças para a vida na Terra, segundo a ONU.

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