Shi Yuanhao, Diário do Povo
"Os países do BRICS, enquanto importantes nações emergentes e em desenvolvimento, têm recebido atenção constante devido ao seu imenso potencial de desenvolvimento econômico e ao contínuo aumento de sua influência internacional, o que tem impulsionado de forma significativa a reforma do sistema global de governança". Essas foram as palavras da diretora do Centro de Estudos de Políticas do BRICS do Brasil, Ana Garcia, em entrevista ao Diário do Povo no Brasil.
A cooperação no âmbito do BRICS é uma área de pesquisa central do organismo. Garcia acredita que os países do BRICS se tornaram uma plataforma importante para o empoderamento de nações emergentes e países em desenvolvimento, razões pela qual cada vez mais países desejam fazer parte do bloco. A expansão do BRICS ajuda a impulsionar o desenvolvimento da ordem internacional rumo a uma maior justiça e equidade. A expansão enfatiza que os países do BRICS devem defender o diálogo igualitário, a busca pelo desenvolvimento conjunto, o fortalecimento da cooperação em áreas como ciência, tecnologia, cultura, educação, e o desempenho de um papel mais importante em desafios globais como mudanças climáticas.
O Novo Banco de Desenvolvimento continua a expandir suas operações, tendo concluído com sucesso sua primeira rodada de expansão, representando uma força inegável no sistema financeiro internacional para países emergentes e em desenvolvimento, nos quais se incluem os BRICS. Garcia afirmou que o Banco de Desenvolvimento do BRICS respeita as necessidades de desenvolvimento dos países-membros e presta serviços aos países em desenvolvimento, especialmente fornecendo financiamento para projetos relacionados com energia alternativa, economia de baixo carbono e impulsionamento do desenvolvimento sustentável global.
Quanto às relações entre o Brasil e a China, Garcia lembrou que durante a visita do presidente Lula à China em abril deste ano, os dois países emitiram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da parceria estratégica abrangente entre os dois países e assinaram vários acordos de cooperação bilateral em áreas como comércio, investimento, economia digital, inovação tecnológica, comunicações, redução da pobreza e atividade espacial, demonstrando que ambas as partes estão planejando o futuro de suas relações bilaterais a partir de uma perspectiva estratégica. Garcia expressou particular interesse no progresso da cooperação tecnológica entre os dois lados, acreditando que esta é uma oportunidade importante para o Brasil no seu processo de "reindustrialização". "A China está progredindo rapidamente na fabricação industrial e liderando em muitas áreas de inovação tecnológica no mundo. O Brasil precisa continuar a aprofundar a cooperação pragmática com a China em investimento industrial, pesquisa e inovação".
Nos últimos anos, o setor energético tem sido uma das principais áreas de investimento das empresas chinesas no Brasil. Garcia assinalou esperar que ambas as partes fortaleçam ainda mais a cooperação no campo de energia limpa para impulsionar a transformação energética do Brasil.