Português>>China

Países em desenvolvimento pedem unidade e cooperação para defender multilateralismo antes do debate anual da ONU

Fonte: Xinhua    19.09.2023 10h11

Antes do debate geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima semana, os países em desenvolvimento na Cúpula do Grupo dos 77 (G77) e a China pediram o fortalecimento da solidariedade e da cooperação para defender o multilateralismo.

Face às práticas de alguns países, tais como sanções unilaterais, dissociação e perturbações das cadeias industriais e de suprimentos, as nações em desenvolvimento esperam amplamente reforçar a solidariedade e a cooperação e fazer esforços para tornar a governança global mais justa e equitativa.

No final da cúpula de dois dias em Havana, capital de Cuba, no sábado, foi aprovada uma Declaração Final que reafirmou "o compromisso de fortalecer a unidade e a solidariedade do Grupo a fim de atingir seus objetivos e reforçar seu papel no atual contexto internacional".

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel, cujo país vem sofrendo enormes prejuízos econômicos e humanitários devido ao embargo dos EUA de mais de seis décadas, afirmou que a cooperação, a solidariedade e o progresso humano sem exclusões são vitais para ajudar a enfrentar os desafios do mundo atual.

"O mundo está falhando com os países em desenvolvimento", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em seu discurso na cúpula, enfatizando a necessidade de instituições multilaterais fortes e eficazes, já que a comunidade internacional está adotando um mundo multipolar.

Definindo o G77 como "campeão do multilateralismo", Guterres conclamou o grupo e a China a "defenderem um sistema baseado na igualdade; pronto para reverter a injustiça e a negligência de séculos; e que atenda a toda a humanidade em vez dos privilegiados".

À medida que o mundo está mudando em uma escala não vista em um século, enquanto o unilateralismo e o hegemonismo estão em ascensão, a cooperação Sul-Sul está se tornando cada vez mais vital.

A China, a maior nação em desenvolvimento do mundo e membro natural do Sul Global, está "pronta para trabalhar com Cuba e outros membros do G77 para abrir um novo capítulo na cooperação Sul-Sul em busca de um maior desenvolvimento por meio de uma solidariedade mais forte, construir uma comunidade do Sul Global com um futuro compartilhado e inaugurar uma nova era de desenvolvimento comum", destacou Li Xi, membro do Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e representante especial do presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula.

A China está se aproximando cada vez mais dos países asiáticos, africanos e latino-americanos "não para impor sanções, mas para contribuir para o progresso e o bem-estar de todos", disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, chamando a China de parceira "com vontade de ajudar e expressar sua solidariedade".

Ao contrário de outras potências globais, a relação entre a China e o G77 é baseada no respeito à autodeterminação, solidariedade e cooperação, explicou Eduardo Regalado, pesquisador sênior do Centro de Pesquisa de Política Internacional de Cuba.

"A China tem sido muito ativa na promoção de uma ordem econômica e política mais justa, de acordo com os interesses dos países em desenvolvimento. Tem mantido uma política sistemática e consistente de apoio ao bloco multilateral", acrescentou.

Esta não é a primeira vez que a solidariedade e a cooperação são enfatizadas pelo Sul Global recentemente.

Durante a Cúpula do BRICS em Joanesburgo, África do Sul, no mês passado, mais de 60 países em desenvolvimento enviaram uma mensagem clara de solidariedade e cooperação ao mundo, pedindo uma reforma da governança global para torná-la mais justa e equitativa.

Estabelecido pela primeira vez em 1964, o G77 tem atualmente mais de 130 membros, com sua presidência alternada entre os países membros da Ásia, África e América Latina com base em princípios regionais.

Sendo a maior organização de coordenação multilateral entre os países em desenvolvimento, os membros do G77 representam mais de 80% da população mundial e mais de dois terços dos países membros da ONU.

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar: