A China ofereceu no domingo apoio aos esforços de socorro do Afeganistão, depois que um terremoto de magnitude 6,2 atingiu a província de Herat, no oeste do país, no sábado, causando mais de 2.000 mortes e perto de 10.000 feridos.
Analistas chineses apelaram à comunidade internacional para ajudar o povo afegão a evitar uma crise humanitária mais grave no país devastado pela guerra.
O número de mortos é de 2.053 pessoas, com 9.240 feridos e 1.320 casas danificadas ou destruídas devido ao intenso terremoto, que ocorreu pelas 11h, horário local, no sábado, segundo informou a Reuters. Foram registrados pelo menos três fortes abalos secundários. Janan Sayeeq, porta-voz do Ministério de Desastres do governo Talibã, foi citado pela imprensa como tendo dito que 10 equipes de resgate estavam na área, que faz fronteira com o Irã.
“Lamentamos profundamente as vítimas e oferecemos as nossas sinceras condolências aos feridos e às famílias que perderam entes queridos. Acreditamos que o povo do Afeganistão superará o impacto do desastre e reconstruirá suas casas o mais rapidamente possível. Faremos o nosso melhor para ajudar nos esforços de socorro do Afeganistão à luz das suas necessidades", afirmou o Ministério das Relações Exteriores chinês durante um comunicado de imprensa no domingo.
Nenhum cidadão chinês foi afetado pelos terremotos, de acordo com o comunicado.
O porta-voz da Agência Chinesa de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional, Xu Wei, afirmou no domingo que haviam sido apresentadas as condolências chinesas pelas vítimas e perdas patrimoniais causadas pelo terramoto, bem como a disponibilidade para fornecer assistência humanitária de emergência.
Devido à resistência inadequada dos edifícios aos terremotos, especialmente nas áreas urbanas do Afeganistão, bem como às dificuldades de resgate, o número de mortos poderá aumentar nos próximos dias. Os recentes terramotos podem agravar a catástrofe humanitária e atrasar a recuperação económica do Afeganistão, dado que o país ainda não recuperou dos terramotos do ano passado e das crises anteriores, disse Zhu Yongbiao, diretor do Centro de Estudos do Afeganistão da Universidade de Lanzhou, ao Global Times.
O governo talibã poderá também enfrentar obstáculos na recepção de assistência internacional, devido à falta de laços com muitos países. Outras crises globais, como o conflito Israel-Gaza e a crise Rússia-Ucrânia, podem também desviar a atenção, tornando mais difícil para o povo do Afeganistão obter ajuda adicional, disse Zhu, apelando à comunidade internacional para prestar mais atenção ao povo afegão e ajudar na assistência humanitária ao país.
De acordo com informações da ONU, os parceiros humanitários iniciaram esforços de socorro, disponibilizando apoio médico a hospitais regionais, juntamente com abrigos de emergência, alimentos, suprimentos e assistência às pessoas nas áreas afetadas.