O ministro das Relações Exteriores de Brasil, Mauro Vieira, lamentou o veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) à proposta brasileira em favor de um cessar-fogo humanitário na guerra entre Israel e o grupo Hamas.
Em entrevista à imprensa no Palácio do Itamaraty, Vieira afirmou que a inspiração do Brasil, que ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança neste mês de outubro, sempre foi "humanitária".
O texto recebeu 12 votos de apoio (Brasil, China, França, Albânia, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes Unidos), e duas abstenções (Rússia e Reino Unido), mas o poder de veto dos Estados Unidos como membro permanente foi suficiente para anular a proposta.
Vieira defendeu a proposta brasileira e argumentou que foi elaborada após ouvir demandas de todos os membros do Conselho.
A nossa preocupação foi sempre humanitária nesse momento e, enfim, cada país terá tido sua inspiração própria", afirmou o chanceler.
"Infelizmente, não foi possível aprovar-se (a proposta brasileira). Ficou clara uma divisão de opiniões, mas acho que, do nosso ponto de vista e da nossa presidência, fizemos todo o esforço possível para que cessassem as hostilidades, parassem os sacrifícios humanos e pudéssemos dar assistência aos brasileiros que estavam em Gaza" acrescentou.
Entre outras coisas, o Itamaraty propôs um cessar-fogo humanitário e permitir o acesso da ajuda ao território de Gaza.
O chanceler ressaltou que "apresentamos, depois de intensas e múltiplas consultas, um texto que foi aceito por 12 dos 15 membros. Teve voto positivo de 12 dos 15 membros. Esse texto focava, basicamente, na cessação das hostilidades, no aspecto humanitário, criando uma passagem humanitária e que também estabelecida a possibilidade de envio de ajuda humanitária".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido publicamente o estabelecimento de um cessar-fogo que permita a retirada de civis das zonas em conflito.
O governo brasileiro está negociando há vários dias para que um grupo de brasileiros que se encontra na Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito e enviou um avião presidencial que está esperando no Cairo, a capital egípcia, para trazê-los de volta ao Brasil.
